Coronavírus: uma mensagem a todos
Não tema! Faça sua parte, que faremos a nossa. Chegaremos ao final desta batalha mais fortes. Venceremos!
Em março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia por causa da Covid-19, doença respiratória causada pelo coronavírus (SARS-Cov2), identificado pela primeira vez em Wuhan, na China, em 2019. No mesmo mês, o Ministério da Saúde brasileiro declarou estado de transmissão comunitária do vírus em todo país. A Covid-19, assim, tomou lugar em nossas manchetes e se espalhou pelo mundo.
Os coronavírus são conhecidos desde a década de 1960 e causam infecções respiratórias em humanos e animais. Geralmente, são infecções leves e, raramente, levam a óbitos. O novo coronavírus constitui nova cepa desta família de vírus e, infelizmente, os seres humanos ainda não apresentam imunidade prévia a ele. Esse fato, aliado à enorme capacidade de transmissão e à maior letalidade, explica toda emergência internacional em torno da doença. Um grande desafio para esta geração!
Ao longo do último século, passamos pela “gripe espanhola”, “gripe de Hong Kong”, “gripe asiática”, “gripe do frango”, “gripe suína”. E sobrevivemos a elas! Agora, a Covid-19 traz crescimento acelerado de casos no mundo, além de mortes, principalmente de maiores de 60 anos e portadores de doenças crônicas e imunossuprimidos. Os impactos econômicos e sociais são crescentes.
Há de se ter atenção com as já propagadas medidas de isolamento social. Estas medidas, aliadas à higienização de mãos, uso comunitário de máscaras, detecção precoce de casos via testagem, oferta de EPIs aos profissionais de saúde e de ventiladores mecânicos aos hospitais, permitirão aos Estados e municípios vencerem a batalha contra o vírus.
Fique em casa! Respeite o isolamento social proposto aos grupos prioritários, siga o trabalho das equipes de saúde e as proposições dos gestores e governos. Essa é a melhor forma para combater o vírus, uma vez que ainda não há medicação ou tratamento cientificamente comprovado e de eficácia incontestável. Procure atendimento hospitalar apenas em caso de piora importante de sintomas e mal estar. Estaremos lá para servi-los. As unidades básicas de saúde aí estão para os casos classificados como leves e para orientações.
A medida é dolorosa, afasta nosso convívio e já debilita a saúde financeira de empresas e municípios. Entendemos o desespero crescente de empregadores e do meio político, mas a vida das pessoas é o maior e mais precioso bem que detemos. Se sobrepõe a qualquer outra perda.
Não falta disposição dos profissionais da saúde e de gestores para debelar este mal. Necessitamos do apoio de todos e do respeito às medidas de contenção. Atenção às “fake news”, às terapias sem qualquer evidência ou comprovação, aos charlatões de plantão e oportunistas.
Tenha atenção especial à lavagem de mãos: medida simples e consagrada há mais de 160 anos como peça chave no combate a infecções e pandemias. Lembre-se: o álcool gel é apenas um substituto à lavagem correta das mãos. Não tema! Faça sua parte, que faremos a nossa. Chegaremos ao final desta batalha mais fortes. Venceremos!
Marcello Fontana Monteiro é médico infectologista do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira