Corpo de Bombeiros tem nova estratégia para agilizar buscas em Brumadinho

Na data marcada pelos mil dias de operação, os bombeiros anunciaram nova estratégia de buscas

Corpo de Bombeiros tem nova estratégia para agilizar buscas em Brumadinho
(Foto: CBMMG)

Respeitando o luto das famílias e com o objetivo de “resgatar esperança”, o Corpo de Bombeiros continua incansável nas buscas pelas oito joias, vítimas da tragédia de Brumadinho que ainda estão desaparecidas. A corporação anunciou nesta quinta-feira (21) uma nova estratégia para agilizar a busca.

Nesta quinta-feira, dia em que se completaram mil dias de trabalho dos bombeiros na barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), informou que serão instaladas mais quatro estações que fazem a separação do rejeito de minério por meio de vibração – uma já havia entrado em operação no mês passado.

“Essas estruturas facilitam a retenção das partículas maiores do minério, permitindo uma redução considerável no tempo de buscas, já que os bombeiros conseguirão obter maior eficácia para encontrar fragmentos dos corpos”, relatou o tenente Aihara.

Segundo o tenente, todas as estações serão instaladas onde funcionava o Terminal de Carga Ferroviária da Vale. Ele contou que, em menos de um mês da instalação da primeira unidade no local, dez fragmentos de corpos já foram localizados.

A segunda unidade entra em operação em novembro e, as outras três, já devem estar em pleno funcionamento no mês de janeiro ou fevereiro de 2021.

Empenho dos bombeiros

Desde o rompimento da barragem, em 25 janeiro de 2019, oito joias – como os familiares chamam as vítimas – ainda não foram encontradas pelos bombeiros. Todas as outras já foram localizadas e identificadas.

Até agora, já foram analisados 10,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, o equivalente a 4,2 mil piscinas olímpicas. A área atingida chegou a 10 quilômetros lineares. Ao todo, foram empregados na operação 4.142 bombeiros, aproximadamente 70% do efetivo que se encontra na ativa. A efetividade na operação atingiu 97,03%.

A lama dos 12 milhões de metros cúbicos do rejeito percorreu cerca de 290 hectares, atingindo a estrutura da Vale, residências, comércio, sítios e destruindo plantações, mata nativa e rios da região. O rejeito da barragem se deslocou pelo leito do Ribeirão Ferro-Carvão (Córrego do Feijão) até atingir o Rio Paraopeba, que fica a uma distância de 10 quilômetros de onde ocorreu a tragédia.