Cortes de verba levam estudantes da Unifei a cogitar greve em Itabira e em Itajubá

O corte de 30% no repasse às universidades federais, anunciado pelo MEC, despertou nos estudantes da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) o receio quanto ao futuro da instituição. Foram convocadas duas reuniões pelos campi de Itajubá e Itabira para discutir o tema. A primeira acontece nesta sexta-feira, 10, e deverá expor aos alunos a situação […]

Cortes de verba levam estudantes da Unifei a cogitar greve em Itabira e em Itajubá
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O corte de 30% no repasse às universidades federais, anunciado pelo MEC, despertou nos estudantes da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) o receio quanto ao futuro da instituição. Foram convocadas duas reuniões pelos campi de Itajubá e Itabira para discutir o tema.

A primeira acontece nesta sexta-feira, 10, e deverá expor aos alunos a situação do instituto frente à decisão nacional. O outro encontro acontece na segunda-feira, 13, onde serão discutidas e votadas as propostas de paralisação no dia 15 e greve estudantil a partir do dia 14 de junho.

De acordo com o estudante e diretor de conselhos superiores da Unifei – Itabira, Marcos Souza, diferente da Assembleia Geral dos Estudantes do dia 13, o encontro desta sexta-feira não tem caráter deliberativo e sim informativo. “Estamos vivendo em um contexto extremamente crítico no qual é necessários nos organizar enquanto classe. Nós estudantes já estamos sentindo na pele o efeito do teto de gastos aprovado como emenda constitucional em 2016 (PEC 55), que refletiu por exemplo, nos recursos disponibilizados pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil, levando a uma redução significativa das bolsas de auxílio permanência das quais muitos estudantes dependiam para se manter na Universidade. A educação pública já sofre com o baixo financiamento não é de hoje, agora temos que lidar com essa ofensiva de cortes orçamentários do governo, podemos chamar de ofensiva porque essa decisão ataca e põe em risco o próprio ensino público, colocando em xeque desde as nossas necessidades mais básicas como pagamentos das contas de água, luz, manutenção dos prédios, até as mais complexas como nossas pesquisas”.

Ainda sobre ações que podem ser articuladas, o diretor de conselhos destacou alguns pontos. “Precisamos pensar em caminhos para criar uma contraofensiva e defender o ensino público, e essa luta deve transcender os limites dos “muros” das universidades, tem que ser abraçada pela população no geral, não adianta ficarmos apenas indignados com isso, indignação sem uma mobilização popular não vai mudar a conjuntura na qual vivemos. Sou Itabirano e pude vivenciar de perto as mudanças positivas que a Unifei trouxe para Itabira, por isso acredito que todos devemos defendê-la”, disse.

A decisão do governo federal fez com que Unifei sofresse um bloqueio de R$ 10.849.888,00 (dez milhões, oitocentos e quarenta e nove mil, oitocentos e oitenta e oito reais) em seu orçamento. O valor foi divulgado em nota pelo reitor, professor Dagoberto Alves de Almeida.

O corte foi considerado expressivo, segundo a instituição, que discriminou como a redução afetará a manutenção da universidade:

– Bloqueio de 30% na capacitação de servidores;

– Bloqueio de 35% do funcionamento da Universidade – energia, água, segurança, limpeza e outros serviços terceirizados;

– Bloqueio de 30% na ação de fomento ao ensino, pesquisa e extensão;

– Bloqueio de 30% no recurso da concessão de bolsas;

– Bloqueio de 30% dos recursos de capital (investimento).