Cortes em orçamento da Unifei prejudicam realização de pesquisas
A universidade, que possui campus em Itabira, teve R$ 10,8 milhões bloqueados, e não há mais verba, por exemplo, para a compra de materiais e equipamentos para os laboratórios
Os cortes no orçamento da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que tem campus em Itabira, prejudicam o desenvolvimento de pesquisas na instituição.
Em maio, foram bloqueados R$ 10,8 milhões pelo governo federal. Pesquisas em áreas importantes, como eficiência energética e propriedades de materiais, foram afetadas com cortes da ordem de R$ 200 mil, conforme informou a diretoria da Unifei, por meio da sua assessoria de imprensa.
A instituição também destacou que não há mais verba para a manutenção dos 150 laboratórios da universidade e para a compra de materiais e equipamentos. Desta maneira, diversas pesquisas que dependem de estrutura laboratorial avançada estão comprometidas.
Um exemplo são aquelas que usam o liquefator de Nitrogênio. O equipamento precisa de manutenção, mas o serviço não pode ser realizado por falta de recursos.
“A falta de recursos para aquisição de material permanente como equipamentos e mesmo para a manutenção dos já existentes dificulta ou até mesmo impede a realização de determinados projetos”, informa a Unifei.
Outras áreas afetadas
O orçamento reduzido também forçou a suspensão de reformas e ampliações em andamento ou que estavam previstas. O racionamento de energia e água na Unifei estão sendo feitos desde maio.
De acordo com a Unifei, o corte foi de exatamente R$ 10.840.888,00, afetando 30% do orçamento, proporcionalmente, do campus de Itajubá e o de Itabira. O bloqueio foi feito de forma proporcional à quantidade de alunos e servidores.
MEC
O Ministério da Educação (MEC) bloqueou parte do orçamento das 63 universidades e dos 38 institutos federais de ensino. No total, considerando todas as universidades, o corte foi de R$ 1,7 bilhão.
Na Unifei, a quantia expressiva representou o bloqueio de 30% na capacitação de servidores, 30% na ação de fomento ao ensino, pesquisa e extensão; 30% no recurso da concessão de bolsas de pesquisa e iniciação científica e 30% dos recursos de capital.
Além desses percentuais, 35% das verbas destinadas ao pagamento de energia, água, segurança, limpeza e outros serviços terceirizados também foram contingenciados.
Repúdio
Assim que os cortes foram anunciados, o reitor da Unifei, professor Dagoberto Alves de Almeida, se manifestou publicamente sobre as consequências para a instituição. Por meio de vídeo e nota divulgada no dia 8 de maio, o reitor ressaltou ainda que o contingenciamento de verba para a educação é uma falta de compromisso com o futuro do país.
“Estamos na contramão das nações mais progressistas, uma vez que aquelas que hoje ostentam os melhores indicadores de progresso material e de qualidade de vida não se descuidaram da implementação de políticas eficazes para a educação de qualidade, para a geração de conhecimento científico e para a produção de tecnologia capaz de agregar valor ao PIB”, disse o reitor Dagoberto Alves.
Leia amanhã como o corte de bolsas da Capes e CNPq prejudicam as pesquisas na Unifei