+ Crescimento, – Inflação

Perspectivas são boas para a economia brasileira, e este é o tema do novo texto da colunista Rita Mundim

+ Crescimento, – Inflação

Foram divulgados, pelo IBGE, na quinta-feira (11), os dados do comportamento do setor de serviços no mês junho. O crescimento de 0,7% em relação a maio veio acima das expectativas dos mais otimistas que previam um crescimento de 0,5%. A recuperação do setor de serviços foi a principal responsável pelo crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre do ano e com certeza será também a grande responsável por um crescimento de no mínimo 0,8% de crescimento do PIB do segundo trimestre.

O setor de serviços responde por cerca de 2/3 na composição do PIB e é intensivo na contratação de mão de obra e isso explica o bom momento do mercado de trabalho que, segundo a PNAD Contínua do IBGE, aponta uma taxa de desemprego de 9,3% no trimestre findo em junho, a menor desde 2015.  

Na terça-feira (9), o IBGE divulgou a taxa de inflação de julho, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que é a inflação oficial do Brasil e que serve de parâmetro para a política de metas inflacionárias do Banco Central. A deflação de -0,68% é a maior já registrada no Plano Real e também a maior da série que começou em 1980.

A redução de impostos, e, em especial, do ICMS, em produtos, essenciais como combustíveis, energia, telecomunicações e transporte público aliada à queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional que tem levado a Petrobras a promover reduções sucessivas nos preços da gasolina, do diesel e de outros derivados, tem feito com que as projeções de inflação sejam revisadas para baixo e já estejam entre 6,5% e 7,00% para 2022.

Os efeitos de duas reduções no preço do óleo diesel, de parte das tarifas de energia e de telecomunicações serão capturados nos números da inflação de agosto e a expectativa é de outra deflação. Na ata da última reunião do COPOM, Comitê de Política Monetária do Banco Central, a autoridade dá sinais claros de que deve encerrar em 13,75%a.a., o ajuste monetário iniciado em março de 2021.

E, finalizando o nosso raciocínio, o resto do mundo que vinha impactando negativamente o mercado brasileiro com os temores de recessão na Europa e nos EUA, respirou um pouco aliviado com a queda da inflação americana em julho e permitiu que os investidores globais mais uma vez precificassem o bom momento da economia brasileira, melhor que a média dos países.

Nessa semana de alívio e de volta do apetite pelo risco, o Ibovespa subiu cerca de 5%, mais do que o dobro dos principais índices de bolsas asiáticas, americanas e europeias. O Real teve uma valorização de quase 2% em relação ao dólar, enquanto as principais moedas do mundo, de acordo com o comportamento do índice DXY se valorizaram em média 0,84%. O juro real pago pelo Tesouro IPCA recuou nas séries curtas e longas.

Resumo da ópera: a economia brasileira mostra em números que 2022 deverá ser um ano de crescimento que pode chegar a 2,5%, com controle da inflação que pode ficar abaixo de 7%, e forte geração de empregos com a taxa de desemprego podendo fechar o ano em torno de 8% da população economicamente ativa.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

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