Criança morta por não saber fazer dever de casa era torturada há um ano
A investigação policial revelou que pai o torturava há tempos
A triste história que envolve a vida do garotinho Elias Emanuel Martins Leite, de 6 anos, agredido pelo pai no domingo (27), porque não conseguia resolver as questões do dever de casa, foi desvendada pela Polícia Civil de Caratinga, cidade onde ela morava.
De acordo com um laudo dos médicos legistas, a criança morreu devido a um traumatismo cranioencefálico contuso. Além dessa lesão, os profissionais também encontraram várias outras lesões nas pernas, tornozelo e na face, ocasionadas em datas anteriores, no corpo de Elias.
Na manhã de hoje (2), os delegados da Polícia Civil Ivan Lopes Sales e Victor Gonçalves Castor disseram que as agressões do domingo foram apenas parte de uma violenta rotina vivida pelo garoto.
“A vítima vinha há um bom tempo sofrendo intenso sofrimento físico como castigo dado pelo pai e, infelizmente, nesse episódio do dia 27, acabou ocasionando a sua morte”, disse o delegado Ivan Sales.
Durante as investigações conduzidas pelo delegado Victor Castor, os civis tiveram acesso a um prontuário médico de fevereiro de 2020. O documento revelou que, à época, a criança deu entrada em uma clínica com várias lesões pelo corpo, provocadas pelas torturas sofridas.
Entenda o caso
Na última segunda-feira (28), a Prefeitura de Caratinga confirmou a morte do garoto de 6 anos que foi espancado pelo pai, um homem de 26 anos, por não conseguir resolver o seu dever de casa. A criança havia sido transferida da cidade do leste mineiro para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, na madrugada desta segunda-feira. Ela chegou a ser intubada, mas não resistiu às agressões.
Tudo aconteceu na manhã anterior (27), enquanto o homem orientava o filho em sua tarefa escolar. Diante da dificuldade da criança em entender e fazer o dever de casa, o agressor desferiu socos no rosto e na cabeça da vítima. Além disso, deu uma rasteira na criança, que caiu e bateu a cabeça na quina de um móvel da casa, ficando inconsciente por alguns minutos.
O garoto de 6 anos ainda chegou a ter uma convulsão severa, causando desespero no pai, que tentou desenrolar a língua do filho, mas sem sucesso. O agressor também deu um banho frio na criança, mas não deu certo. Depois de todas as tentativas, ele decidiu levar o garoto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Caratinga, cuja equipe médica fez a denúncia das agressões à polícia.
