Rita Moreira: de geração em geração, a costura que chegou à São Paulo Fashion Week

Rita Moreira tem sangue de costureira e já fez diversas peças e figurinos, inclusive para o estilista Ronaldo Fraga

Rita Moreira: de geração em geração, a costura que chegou à São Paulo Fashion Week
(Foto: Arquivo Pessoal)
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Da bisavó até a mãe, Rita Moreira tem a memória carinhosa das gerações anteriores envolvidas em meio a costura, que faz parte da sua vida. “Lembro de ver minha bisavó, Florência, sentadinha numa cadeira, de conjunto de saia e casaquinho de algodão espaço, cabelo preso num coque, um tecido no bolo com alguma linha, lã, tecendo alguma coisa”, conta a costureira como uma lembrança viva e marcante daquelas que a inspiram.

Rita Moreira é costureira e já fez diversas peças e figurinos, sendo que algumas foram para os Drummonzinhos, Meninos de Minas, Grupo Ponto de Partida, da Vale, Mulheres do Jequitinhonha e As Rendeiras da Aldeia. Já não bastasse o currículo impecável, Rita tem, ainda, peças desenhadas pelo estilista Ronaldo Fraga e costuradas por ela que desfilaram na São Paulo Fashion Week.

Rita também costurou figurinos para o Grupo Perecolandia. (Foto: Reprodução)

A vida de Rita já era marcada para a costura desde a infância, mas nunca havia sido sua profissão. Até um certo ponto, que transformou a vida da costureira. Rita Moreira era funcionária de um banco, mas acabou demitida à época. O que parecia ser uma porta fechada, na verdade era o início de um novo caminho. “Em 1992, voltei para Itabira e participando de um projeto da prefeitura, consegui financiamento para maquinário,  participei de feiras, movimentos de pequenas indústrias de confecção existentes, mas nunca gostei de fazer peças iguais, fabricar uniformes, em série. Sou uma pessoa criativa. Montei uma pequena loja, mas ainda fazia roupas ditadas pela moda, que muda a cada estação, administrar, vender, foi demais. Fechei tudo e recomecei como minha mãe, que costurava em casa sob medida”, conta a costureira. 

Rita Moreira foi crescendo com os trabalhos como costureira, estudando e aprimorando as técnicas. Até que em 2010, um Ponto de Partida mudaria a vida dela. O grupo Ponto de Partida chegou em Itabira para fazer um projeto para a Vale e acabaram ficando por 2 ou 3 anos. Um tempo depois, Rita foi procurada pela comunicação da empresa para produzir mais figurinos para o grupo. “O Ponto de Partida foi, pra mim, um ponto de partida”, celebra Rita.

Além de Minas Gerais

Em meio ao crescimento na carreira, Rita conhece Ana Vaz, que estava fazendo peças em tricô para o estilista Ronaldo Fraga, que precisava de alguém para fazer peças piloto de sua coleção para um desfile no São Paulo Fashion Week. “Lá fui eu, pra o ateliê em BH, durante uma semana que passou a ser duas vezes ao ano, onde conheci João Maraschin, estilista assistente de Ronaldo”, conta.

A partir do Ponto de Partida, Rita chegou também a outros projetos como As Mulheres do Jequitinhonha, As Rendeiras da Aldeia, e outros dos quais ela participou fazendo modelagem e costurando peças desenhadas por estilistas.

‘Mulheres, deem as mãos’

No mês da mulher, Rita lembra que a inclusão das mulheres na sociedade é luta diária. “Precisamos valorizar a mulher que está do nosso lado. Como? Comprando em seu pequeno negócio, mostrando o quanto são importantes em nossa vida, na sociedade, dentro da família. Nelas depositamos a esperança de que o mundo pode florir, pode ser doce”, defende a costureira.

A bisavó Florência e o irmão de Rita na infância. (Foto: Arquivo pessoal)

A costureira faz questão ainda de lembrar e exaltar as mulheres que fazem parte da sua vida, a bisavó, a mãe que, segundo ela, foi quem a deu a régua e o compasso e Rose, aquela que é descrita como ‘fiel escudeira’. “Mulheres, deem as mãos, só assim conseguiremos mudar as coisas”, manifesta Rita Moreira.