Defesa Civil prevê dias de poucas novidades sobre talude em Gongo Soco
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 29, o superintendente de Gestão de Riscos de Desastres da Defesa Civil de Minas Gerais, major Marcos Afonso Pereira, disse esperar que os próximos dias não tenham tantas novidades sobre o talude que se desloca na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais. Ele reafirmou que a movimentação […]
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 29, o superintendente de Gestão de Riscos de Desastres da Defesa Civil de Minas Gerais, major Marcos Afonso Pereira, disse esperar que os próximos dias não tenham tantas novidades sobre o talude que se desloca na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais. Ele reafirmou que a movimentação registrada nos últimos dias indica um assentamento mais tranquilo do maciço no fundo da cava, sem impactos na barragem Sul Superior, da Vale.
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“O que os geotécnicos falam é que haverá um momento em que ele poderá se desprender. Mas é impreciso a gente especular se vai demorar uma semana ou duas semanas. É um processo lento, o que indica para a gente que vamos ter esta próxima semana de pouca mudança no cenário. Deve mudar pouca coisa nos próximos dias”, comentou o major.
Pela última atualização da Agência Nacional de Mineração (ANM), a velocidade média de deformação do talude é de 22,6 centímetros por dia. Na parte mais próxima da base, a velocidade atinge 26,5 cm/dia, o que indicou à Vale o cenário do deslizamento. Do topo do talude ao início da água são 62 metros. Já a camada de água tem 50 metros de profundidade, o suficiente, segundo a Defesa Civil, para comportar em duas vezes e meia todo o volume do maciço que se desloca.
O superintendente defendeu que o cenário que se desenha atualmente torna incerto qualquer previsão do completo deslocamento, como já tentou fazer a Vale anteriormente. Ele também disse que não possível acelerar esse movimento. Primeiro, porque ninguém pode entrar na área. E segundo porque haveria um risco da operação sair do controle e, aí sim, provocar um impacto na barragem.
“As previsões não são científicas. O que eles fizeram foi tentar calcular uma aceleração média e chegar a um resultado do que seria o nível crítico. Mas acredito que a mudança de comportamento desse maciço, pendendo mais para o assentamento, acabou quebrando a previsão. Então, qualquer previsão que a gente faça, sem nenhuma técnica adequada, seria ineficiente nesse cenário”, diz o superintende.