Deitados eternamente em berço esplêndido

Vemos as chuvas causando buracos em todas as vias do município num velocidade contrária aos reparos feitos pela atual administração municipal

Deitados eternamente em berço esplêndido
Obras da Unifei – Foto: Gustavo Linhares/DeFato
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Itabira vive a expectativa de que o Legislativo volte do recesso e acabe com esse marasmo que tomou conta da cidade. O retorno só acontece no próximo dia 7 de fevereiro, daqui a um mês. Enquanto isso, vemos as chuvas causando buracos em todas as vias do município num velocidade contrária aos reparos feitos pela atual administração municipal.

É verdade que o asfalto não adere ao solo úmido, e fragmenta-se após o primeiro veículo passar sobre ele, mas, embora o volume da chuva esteja maior do que o ano passado, no mesmo período, há frestas de estiagem em que se poderia aproveitar e aplicar a massa reparadora sobre esses aspectos lunares que hoje vemos por todas as nossas ruas.

O prefeito não está de férias, mas a cidade definitivamente está no ostracismo, parada, sem vida, sem pulsar.

O orçamento para esse ano ultrapassa o bilhão de reais e o caixa da Prefeitura ainda conta, segundo alguns vereadores, com cerca de R$300 mi. em seus cofres, que não foram utilizados no ano de 2022.

“O Futuro Feito Hoje”, slogan da atual gestão, insinua que a cidade está se  preparando para o fim da extração mineral em nossas terras, com previsão para no máximo até 2030, mas não é o que se vê de concreto nesses dois anos do seu mandato.

O ritmo está lento e o tempo passa frenético, célere, ignorando as promessas de campanha do atual gestor itabirano que só tem mais dois anos para cumpri-las.

Para piorar o quadro, as obras dos prédios 4, 5 e 6 da Unifei-Campus Itabira- estão em atraso, com previsão de entrega para fevereiro de 2024, dois anos após previsão inicial.

No dia 24 de outubro de 2022, em visita de fiscalização à Unifei, vereadores constataram atraso no pagamento às empreiteiras responsáveis pela obra, excesso de burocracia no processo, dificuldade de diálogo entre a instituição de ensino e a Prefeitura e a troca constante dos secretários municipais, o que configura maior problema no desenvolvimento do campus da universidade.

A Vale, parceira no empreendimento, assegura que a verba tem sido religiosamente repassada conforme os termos de parceria.

Só a Unifei não é a solução para impedir que Itabira se transforme numa Caeté, hoje cidade dormitório da Grande BH. Em sua campanha, o prefeito acenou trazer empresas de pequeno e médio porte para nossa cidade, de forma a gerar empregos e impostos para manter a dinâmica do município.

Sabemos que o metrô prometido foi um ato falho dos seus apoiadores e militantes partidários, já que existem grandes cidades do país (capitais, até) que não conseguem essa promessa do governo federal.

Resta-nos aguardar ansiosos que o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) desperte do seu duradouro sono e coloque Itabira nos trilhos novamente.

Pra frente é que se anda!

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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