Diocese define data para reabertura de igrejas, mas retomada depende de decretos municipais
Bispo Marco Aurélio Gubiotti determinou reabertura gradual a partir de 3 de julho, porém frisou que suas determinações não se sobrepõem às normas civis
O bispo da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano, dom Marco Aurélio Gubiotti, expediu decreto nesta segunda-feira (22) em que orienta a reabertura gradual das igrejas católicas a partir do dia 3 de julho na região do Médio Piracicaba e 17 de julho no Vale do Aço. O protocolo (veja completo aqui!) estabelece três fases para a volta das celebrações presenciais, mas depende dos decretos municipais para ser cumprido. É que algumas cidades, como é o caso de Itabira, ainda impedem a realização de cultos religiosos com potencial de aglomerações. Segundo o bispo, as medidas editadas por ele não podem se sobrepor às regras civis que sejam mais restritivas.
Fases
Na primeira fase, o protocolo de retomada das celebrações presenciais prevê abertura de uma ou duas igrejas por paróquia com a participação de até 10 fiéis, além daqueles que já colaboram nos serviços litúrgicos e nas transmissões pelas redes sociais. Estão liberadas apenas missas e caberá ao pároco avaliar a viabilidade de atender confissões, unção dos enfermos e exéquias. Casamentos já agendados poderão ser realizados, desde que atendam ao limite de convidados.
A segunda fase tem início após 15 dias da realização da primeira. Nessa etapa, é permitido aumento do número de fiéis nas igrejas para 30 e se iniciará o processo de celebrações presenciais da missa nas capelas urbanas e rurais, com até 10 pessoas. Também nesta fase compete ao pároco ou administrador paroquial avaliar a viabilidade de se oferecer a comunhão eucarística para as pessoas doentes e do grupo de risco. Os casamentos já agendados poderão ser realizados desde que cumpram o protocolo.
Passados mais 15 dias, terá início a terceira fase. Estará permitida a acolhida de fiéis dentro da capacidade máxima estabelecida pelos órgãos de saúde municipais e retomar as celebrações da palavra nas comunidades com o mesmo protocolo de segurança da celebração eucarística. É nesta etapa que serão retomadas as celebrações do batismo, crismas, casamentos e iniciação cristã de adultos. A celebração destes sacramentos deverá sempre obedecer às orientações de higiene e distanciamento social na capacidade máxima estabelecida pelo município.
Restrições
O protocolo estabelecido pelo bispo diocesano tem uma extensa lista de medidas sanitárias e de distanciamento a serem adotados. O decreto também aponta algumas mudanças nos ritos das missas, justamente para evitar a proliferação do novo coronavírus. Dom Marco Aurélio, no entanto, aponta que “o juízo do início do processo de reabertura das celebrações litúrgicas deverá ser um discernimento feito pelo pároco ou administrador paroquial, em consonância com as orientações do Decreto Municipal”.
Em Itabira, o decreto expedido pelo prefeito Ronaldo Magalhães (PTB), em 24 de abril, que permitiu a flexibilização das regras de isolamento na cidade, deixa claro que ainda está proibida a abertura de templos religiosos. Questionado sobre essa situação, o assessor de Comunicação da Diocese de Itabira, padre Uelinton Neves, afirmou que a igreja seguirá rigorosamente as leis civis.
“O protocolo encontra-se sujeito aos decretos municipais e ao decreto estadual. Nosso bispo deixou bem claro que, caso as normas desses decretos sejam mais restritivas, neste momento ou no futuro, que se deve obedecer às autoridades civis. Nossa Igreja não tem competência para elaborar leis civis, apenas leis canônicas”, afirmou o padre.
Retomada responsável
Apesar do impedimento ainda vigente em Itabira, padre Uelinton defende o protocolo adotado pela Diocese e afirma que todas as medidas foram pensadas com ajuda de especialistas e nas recomendações da Organização Mundial da Saúde. Segundo ele, a igreja está preparada para proporcionar celebrações seguras aos fiéis, padres e equipes.
“A igreja é responsável pela vida. É uma das principáis entidades responsáveis pela vida. Ela fez essa opção a partir de Jesus Cristo, que veio para que todos tenham vida e que tenham vida em ambundância. Entao, em hipótese alguma a igreja iria redigir alguma determinação ou estabelecer algum protocolo que viesse por em risco a vida, a saúde e a segurança de todos”, finaliza.