Discurso de Eduardo Bolsonaro será analisado pela Polícia Federal
Flávio Dino deixou claro que determinou à Polícia Federal uma análise da fala do deputado
Durante o evento “Proarmas pela Liberdade”, em Brasília, no último domingo (9), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), em dado momento, disse que “não tem diferença entre um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”. A frase do parlamentar faz alusões às supostas doutrinações feitas por professores em salas de aula pelo país.
Em sua rede social, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou claro que determinou à Polícia Federal (PF) uma análise da fala do deputado, “com o objetivo de identificar eventuais indícios de crimes, como incitações ou apologias a atos criminosos”.
O grupo do Pró Armas defende a flexibilização do porte e da posse de armas para cidadãos comuns. Utilizando-se do Twitter, Eduardo Bolsonaro rebateu a declaração do ministro da Justiça, afirmando que não há nenhuma investigação sobre o suposto cometimento de crime, mas sim “perseguição”.
“Um ministro da Justiça mobilizar a PF para analisar minha analogia sobre doutrinadores, que se aproveitam da condição de professores para escravizarem pela ideologia, agirem como traficantes que escravizam pela droga, ambas as situações propiciadas pela ausência dos pais no dia a dia dos filhos é mais um degrau da escalada autoritária no Brasil. Impressiona um ministro, que é tão ágil na hora de se beneficiar politicamente, ter sido tão lento, logo na ocasião em que agir rápido não lhe traria benefícios, como no 8 de janeiro”, disse Eduardo Bolsonaro.
Deputado quer que Dino explique supostas críticas às urnas eletrônicas
O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) protocolou requerimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para convocar o ministro Flávio Dino por suas falas contra a segurança das urnas eletrônicas feitas entre 2009 e 2014.
As críticas de Dino estão circulando pelas redes sociais em um vídeo em que ele se mostra convencido da falibilidade das urnas, apontando testes comprobatórios feitos por especialistas.
O hoje ministro da Justiça era deputado federal entre 2007 a 2011, quando publicou o vídeo lançando dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas. Evair Melo quer que Dino explique “os ataques feitos à democracia”.