Do Reinaldo Antônio ao “ai, credo”: Atlético completa 114 anos vivendo a maior fase da sua história
Leia o novo texto do colunista Victor Eduardo
Atleticano ou não, talvez você já tenha escutado falar do Reinaldo Antônio, do Bairro das Indústrias, em Belo Horizonte. O irritado torcedor do Galo viralizou na internet após alguns desabafos pós-jogo ocorridos entre 2008 (ano do centenário) e 2009. Um deles você pode inclusive ouvir logo abaixo. Para acompanhar todos os jogos do Atlético-MG, assine os pacotes SKY TV.
Embora muito engraçados, os vídeos simbolizam um período sofrido para o atleticano, que precisou lidar com elencos fraquíssimos, incompatíveis com a grandeza do clube. Ou com times que inicialmente empolgavam mas decepcionavam na hora H. O fato era: o Atlético-MG não ganhava títulos importantes.
Cerca de 14 anos depois, a realidade é outra. E o mais impressionante é que a chavinha virou após o pior pesadelo de muitos atleticanos: a derrota por 6 a 1 para o Cruzeiro, em 2011. No entanto, algo já indicava que a história seria outra dali pra frente. Mesmo diante de um vexame do tamanho do Mineirão, o Galo, à época presidido por Alexandre Kalil, não jogou tudo pro alto e agiu de cabeça quente.
Óbvio que muitos jogadores foram descartados entre uma temporada e outra, mas alguns titulares do 6 a 1 seguiram nos planos em 2012. Réver e Leonardo Silva, titulares no fatídico jogo, continuaram nos planos para formar a maior dupla de zaga da história do clube.
O jovem Bernard, até então um promissor lateral/ala direito, foi deslocado para a ponta em 2012 e se tornou, posteriormente, a maior venda do Galo. Richarlyson e Pierre, também presentes na derrota para o rival, foram campeões da Libertadores em 2013 como titulares.
Por fim, também devemos lembrar de Cuca. Resistiu a uma sequência ruim de resultados ao chegar no clube, em 2011, salvou o Galo do rebaixamento e foi o comandante do vice-campeonato brasileiro no ano seguinte e da conquista continental inédita, há nove anos. Estava claro que, após anos e anos de decepções e gestões amadoras, havia uma linha de trabalho sendo seguida. Desde então, o Atlético-MG é protagonista.
E para coroar essa nova fase do clube, veio a temporada 2021. No ano passado, alguns dos elementos que devolveram o Galo ao topo apareceram. O mando de campo forte, o futebol agressivo, a fama de sempre ter artilheiros…
Mas algo foi diferente: não houve sofrimento, obras do acaso ou “eu acredito”. O Atlético foi muito superior a seus rivais e provou isso em cada minuto jogado.
Reinaldo Antônio continua lá, com seus fortes e engraçados desabafos. Mas, hoje, o atleticano só quer ouvir e cantar: “ai, credo, o Galo ganhou mais uma vez!”.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.