E chegou o novo velho Donald Trump!
Os imigrantes ilegais, contudo, devem colocar as barbas de molho. O novo velho morador da casa mais famosa da Terra promoverá um justo bota-fora
A expectativa de vida aumentou significativamente nas últimas décadas. Ponto para a ciência. Mérito da medicina. Essa circunstância também representa qualitativa elevação espiritual da existência. O repertório de conquistas na saúde (física e mental) tem um benefício a mais: a perfeita memorização do conhecimento conquistado ao longo de diferentes décadas. Vale a pena viver intensamente.
Em meados dos anos 1960, uma pessoa de meio século era demasiadamente velha. Até mesmo decrépita. Era candidata a iminente moradora da necrópole (a cidade dos mortos). Hoje, a turma dos 50 encontra-se em plena adolescência. Os “jovens” octogenários, porém, são a bola da vez. A patota anda na boca do povo. Alguns desses “cabeças brancas” (ou sem-cabelos) chamam a atenção pelo vigor físico. O acentuado carisma da maioria não passa despercebido.
Nem tudo reluzente, no entanto, é ouro. Uma grande quantidade de idosos desse segmento etário se destaca pelas derrapagens na cognição. Joe Biden é o mais ilustre exemplar dessa categoria. O ex-presidente dos EUA perdeu a chance de tentar um novo mandato. Os seus lapsos de memória foram a pedra no meio do caminho.
O presidente Lula da Silva completa 80 anos em outubro. O “companheiro maior” tem imensas dificuldades em manter a língua no ponto morto. Isso não é de hoje. O petista é o terror dos improvisos. Recentemente, ele provocou terríveis calafrios na “primeira- mulher” Janja da Silva. Durante evento oficial em palácio, o mandatário abandonou o discurso oficial para enalteceu as virtudes dos “puladores de cercas”. E Luiz Inácio mandou ver: “as amantes são mais amadas que as esposas”, filosofou o grande líder.
No início do processo eleitoral do ano passado, nos Estados Unidos, o então candidato Donald Trump tinha uma estratégia claramente definida. O republicano tocava insistentemente na idade avançada de Biden (81 anos na ocasião). Insinuava que o adversário não estava apto para dirigir a maior potência do planeta devido à senilidade. Mas, cá para nós, Joe foi o maior fornecedor de munição para a artilharia pesada do “Orange”. O democrata derrapou o tempo todo.
Agora é hora de um retorno no tempo. O xará do famoso pato da Disneylândia entrou pela primeira vez na Casa Branca em 2017, aos 70 anos de idade. Foi o político mais velho a ocupar a presidência dos Estados Unidos. Aquele Donald assustava. Mais pelo que falava do que pelo que fazia. O falastrão prometia bastante e pouco entregava. O seu exótico aspecto físico contribuía para o pânico global. O mundo não mudou nada no primeiro mandato desse norte-americano excêntrico. Na ocasião, Trump conversava como velho de noventa e se comportava como garoto de 15. O planeta aprendeu a conviver com um poderoso peralta.
Agora, o antigo Trump está de volta. Mais idoso e menos responsável. E já apresentou o seu cartão de visita para a distinta plateia. Montou um time de alto risco para o jogo no estádio da geopolítica. De cara, provocou um tremor de terra com graves ameaças. A retomada do canal do Panamá, invasão da Groelândia e anexação do Canadá estão na lista dos horrores. Um detalhe básico conspira contra esse aparente belicismo. Em ações dessa natureza, o silêncio é o maior aliado do triunfo. Conclusão. Nada disso acontecerá. Durma em paz. Os imigrantes ilegais, contudo, devem colocar as barbas de molho. O novo velho morador da casa mais famosa da Terra promoverá um justo bota-fora. Está ”assim” de gente irregular na pátria de Tio Sam.
E aí? Donald se aproxima perigosamente dos oitenta anos. A suas conversas e atitudes são típicas dessa faixa etária? Nada disso. Trump sempre falou e agiu dessa forma, independente da idade.
Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.
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