Efeito Pinóquio! Rússia desmente Trump e diz não aceitar tropas europeias na Ucrânia
Na segunda-feira (24), Trump afirmou que tanto ele quanto Putin aceitaram o envio de forças de paz europeias na Ucrânia
A Rússia desmentiu nesta terça-feira (25) a afirmação do presidente norte-americano Donald Trump de que o Krenlim estaria disposto a aceitar forças de paz europeias em território ucraniano, como parte de uma negociação de cessar-fogo entre as partes.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov afirmou que Moscou veria isso como uma ameaça direta à soberania russa, mesmo que essas tropas operassem sob outra bandeira.
Moscou tem se mostrado reticente quanto ao envio de tropas de países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Ucrânia e, indagado sobre o comentário de Trump sobre essa possibilidade, o porta-voz do Krenlim, Dmitry Peskov, preferiu não contradizer o presidente norte-americano, mas reafirmou a oposição do seu país à ideia.
“Há uma posição sobre este assunto que foi expressa pelo ministro Lavrov. Não tenho nada a acrescentar e nada a comentar. Deixo isso sem comentário”.
Na segunda-feira (24), Trump afirmou que tanto ele quanto Putin aceitaram o envio de forças de paz europeias na Ucrânia, como parte de um acordo para encerrar a guerra.
Em conversa com o presidente francês, Emanuel Macron, Trump assegurou que Putin iria aceitar a ideia. “Sim, ele aceitará isso. Eu perguntei especificamente a ele essa questão. Ele não tem problema com isso.”
Por seu lado, Macron endossou a sugestão e disse que a Europa estaria pronta para o envio de tropas de manutenção da paz.
Após a afirmação de Trump, Putin se mostrou disposto a negociar com a Europa, contrariando a posição do porta-voz.
A presença da força de paz na Ucrânia poderia ter um entrave, já que a maioria dos países compõem a OTAN, com a exceção da Áustria, Suíça e Irlanda.
Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse em nítida alusão ao comentário de Moscou:
“O compromisso do presidente Trump em alcançar o fim dessa guerra brutal e sangrenta e, em seguida, estabelecer as bases para uma paz duradoura não será negociado pela mídia.”
E prossegue: “A administração Trump sabe que a manutenção da paz exige que a Europa faça mais, e ouvimos líderes que como o presidente Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, assim como outros, se oferecerem para fazer exatamente isso. Continuamos a trabalhar com a Rússia e a Ucrânia pela paz, porque não se pode acabar com uma guerra sem conversar com ambos os lados”.
Londres e Paris propõem enviar ao menos 30 mil soldados para proteger a Ucrânia caso a guerra termine.