Efeitos, competência e caixa, como devem se identificados

Se não há venda não há caixa e se não há caixa não há venda

Efeitos, competência e caixa, como devem se identificados
Foto: Arquivo Pessoal
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Já deixei claro na coluna que quem paga as contas no final é o saldo de caixa. Portanto devemos dar muita atenção ao mesmo.

Muitos empreendedores pensam que a redução de despesas, implica em sobra imediata no caixa. As coisas não são bem assim, e que custos/despesas fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, semivariáveis ou semifixos são uma parte do universo (e não o todo), não implicando que em sua redução o resultado no caixa seja sentido de imediato. Devem ter atenção constante e sempre os mantendo em um padrão aceitável para a sua organização.

Assim sendo, dependendo de diversos fatores, segmento de atuação e momento, o saldo de caixa demore mais a aparecer ou até não apareça.

Vale destacar que poucos se lembram que em momentos de aperto financeiro e para efeitos de projeção de necessidade de caixa, existem os regimes de competência e de caixa.

No regime de competência, a receita será contabilizada no período em quer for gerada, independentemente do seu recebimento e as despesas serão contabilizadas como tal no período em que for consumida, incorrida, utilizada.

Logo, se a organização faturou R$ 200 mil em determinado mês, com 100% das vendas realizadas ao prazo de 45 dias, mantendo-se as demais condições constantes, o efeito de recebimento do seu caixa será visto futuramente e não no momento do faturamento. Importante ressaltar, que as despesas que geraram esse faturamento podem ocorrer antes dos 45 dias, gerando assim uma necessidade maior de capital de giro para determinado momento.

Esse efeito também vale para as outras despesas. O empreendedor, por exemplo, encontrou outro fornecedor que venderá um insumo 15% mais barato que o atual, com prazo de 30 dias. Logo, mantendo-se as demais condições constantes, esse resultado aparecerá futuramente.

No regime de caixa, a receita (ou entrada de caixa) será considerada no momento do seu recebimento (encaixe) e as despesas serão consideradas quando ocorrer o seu pagamento (desembolso). Logo, percebe-se o efeito caixa no momento em que ocorre.

Finalizando, em uma organização, independente de seu tamanho, a área financeira não trabalha só, no entanto é a área que administra riscos e consegue projetar caixas futuros. Assim, para que uma empresa tenha sucesso as áreas (e pessoas) devem trabalhar em conjunto em prol dos objetivos determinados pela direção e, com certeza, se o planejamento estiver correto, os resultados aparecerão no caixa.

*Marcelo Silva Ângelo Ferreira, Doutor e Mestre em Administração de Empresas, Professor na FUNCESI, Pesquisador e Empreendedor no Segmento de Serviços.  Siga no instagram: marcelosilvaangeloferreira

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