“Ele amava ser locutor”: Itabira se despede precocemente do radialista Elder Black

Apesar da dor do luto, a família busca ser resiliente com o carinho recebido e a certeza de que Elder deixou seu nome marcado no rádio itabirano

“Ele amava ser locutor”: Itabira se despede precocemente do radialista Elder Black
Foto: Guilherme Guerra/DeFato
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Nesta terça-feira (20), Itabira irá dar o último adeus para uma das vozes mais conhecidas do rádio itabirano: Elder da Silva Daniel — o “Elder Black” —, de 37 anos, falecido na tarde de ontem (19) devido a complicações da diabetes, doença crônica da qual era portador. O velório de Elder Black iniciou às 9h no Memorial Santa Terezinha, no bairro Água Fresca, com a presença de familiares, amigos, companheiros da Rádio Pontal FM, colegas da imprensa itabirana e autoridades municipais. O sepultamento será realizado no Cemitério da Paz, às 16h.

‘‘O Elder era companheiro. Na hora que precisava, podia contar sempre, mesmo do jeito dele. Ele tinha sentimentos demais, principalmente com a mãe. Às vezes, mesmo longe, dava um jeito de saber o que ela estava precisando’’, comentou Edna da Silva Daniel, irmã de Elder. Apesar da dor do luto, a família busca ser resiliente com o carinho recebido e a certeza de que Elder deixou seu nome marcado no rádio itabirano.

‘‘Estamos fortes porque cuidamos dele até na hora que ele precisou de nós. Com toda certeza ele deixa um legado: trabalhava no que queria, ele amava ser locutor. Amava tanto que dedicava mais tempo trabalhando na rádio, do que muitas vezes com a família. Teve muita gente que chegou pra gente e também falou que se hoje em dia é jornalista, gosta de rádio ou se dedica a certas coisas, é por conta dele, que ele incentivava’’, completa Edna.

Ontem (19), após o velório do escritor e poeta Marconi Ferreira, o prefeito de Itabira Marco Antônio Lage (PSB) foi preciso ao definir o falecimento de Elder Black como ‘‘lamentável’’: ‘‘É uma perda muito, muito precoce mesmo, apenas 37 anos. Elder fez história na rádio, na música, como promotor cultural também, ajudando a promover artistas. Itabira perde duplamente hoje, com a morte do Marconi e do Élder. E da mesma forma, embora muito cedo, mas o Elder deixa também uma referência, deixa o seu legado, para que a gente possa seguir (…) Cabe a nós manter as ideias, o legado, o entusiasmo dessas pessoas presentes em nós e em nossa sociedade. Essas pessoas boas é que ficam, não tenho dúvida disso’’, afirmou Marco sobre a partida de Black.

Pela manhã, o movimento no velório já era bastante intenso. Foto: Guilherme Guerra/DeFato

Marcos Alcântara, Superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade fez um paralelo sobre o falecimento de Élder e a passagem de Marconi: 

‘‘Itabira perde dois grandes homens das palavras, dois grandes homens que sabiam brincar com as letras, que sabiam comunicar por meio das letras e que sabiam o mais importante e o mais belo do sentimento de qualquer um de nós Itabiranos, que é o sentimento de buscar o pertencimento para a nossa cidade, de realmente reconhecer toda a potencialidade que Itabira tem e o que ela representa e que ela pode representar para o mundo.’’

Elder, que era publicitário, jornalista e radialista, estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC), desde a segunda-feira de Carnaval (12), mas acabou não resistindo. Ele deixa um importante legado de atuação em Itabira e região. Black iniciou o seu trabalho na imprensa local no portal cultural Virtuai, onde foi fotógrafo e repórter. Mas foi pela Rádio Pontal FM que ele se destacou — foram 18 anos de atuação, comandando programas como “Super Mix”, “Disco Club” e “Hot Line”.

Mais recentemente, ele estava apresentando o “Conexão Regional”, com o repórter Galvani Silva e a jornalista Tatiana Santos, além do “Parada Sertaneja”. Além do seu trabalho como radialista, também era produtor artístico e de conteúdo e fotógrafo.