“Ele está em estado gravíssimo, com a pressão muito baixa e entubado”, relata tio de garoto atacado por rottweilers em Itabira
Jovem de apenas 12 anos foi surpreendido pelos cães quando jogava bola em uma rua do bairro Santa Marta
Na noite de quarta-feira (12), Guilherme Gabriel Couto Silva, de 12 anos, jogava bola com seus amigos na rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Santa Marta, em Itabira, quando foi surpreendido por dois cães da raça rottweilers, que atacaram violentamente o garoto. O jovem foi socorrido em estado grave e precisou ser transferido para o Hospital XXIII, em Belo Horizonte. Na manhã desta quinta-feira (13), Tiago Alexandre Teixeira, tio da vítima que participou do resgate, concedeu entrevista ao programa “Vagner Ferreira”, da Rádio Caraça FM, e deu detalhes do ocorrido e falou sobre o estado de saúde da criança.
“Eu estava na rua de cima de onde os fatos aconteceram quando quatro meninos apareceram com pedaços de pau na mão, pedindo pra ir até a casa do Guilherme para chamar a mãe dele. Eu perguntei: por que que vocês estão procurando a mãe do Guilherme? Aí eles falaram que um cachorro atacou o Guilherme, que estava mordendo ele. Eu tomei um pedaço de pau que estava com um dos meninos, um colega meu também pegou um pedaço de pau e nós descemos”, relatou Tiago Alexandre.
Ainda segundo o tio de Guilherme, o tutor dos rottweilers estava no local, mas sem conseguir conter os animais em fúria. “Na hora que eu cheguei lá, o dono do cachorro já estava no local e eu gritei com ele, depois comecei a gritar o nome do Guilherme, mas ele não respondia. Aí o dono do cachorro falou ‘ele está aqui, ele está aqui’. Eu respondi: ‘ô mano, eu só quero o meu sobrinho, pelo amor de Deus'”, contou.
“Então ele falou: ‘não vem cá não, porque o cachorro não está me obedecendo’. Eu peguei e falei pra ele que nós teríamos que pegar na paulada, na pancada e comecei a gritar pro socorro. Aí o pessoal começou a descer com pedaço de pau, enxada e o dono [dos cachorros] saiu pra buscar alguma coisa também pra conter o cachorro”, completou Tiago Alexandre.
Após conseguirem afastar os cachorros, o tio da vítima e outros populares tentaram levar o Guilherme para o Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI). Nesse momento, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) chegou ao local, colocou o jovem — acompanhado de sua mãe — na viatura e se deslocaram para a unidade de saúde. No caminho, cruzaram com uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que passou a dar assistência ao jovem.
“A gente estava colocando ele no carro, em um corre-corre danado, e o rapaz que é dono do carro não conseguia achar a chave. Aí deu tempo da polícia chegar e colocar o Guilherme na viatura, acompanhado da mãe dele. [No caminho para o pronto-socorro,] acabou encontrando com o Samu no bairro João XXIII”, explicou Tiago Alexandre.
Devido ao ataque dos rottweilers, Guilherme teve lacerações na cabeça, na barriga, nas costelas, nos braços e em parte da perna — com o seu estado de saúde sendo considerado gravíssimo. “Nós pegamos ele desacordado, mas a mãe dele falou que no Samu ele teve uma reação, que falou alguma coisa, mas ela não entendeu o que era”, disse o tio da vítima.
“Ele está em estado gravíssimo, com a pressão muito baixa e uma sedação pesada. Ele está entubado em uma sala no primeiro andar, pois a médica falou que ele não aguenta subir para o segundo andar [do hospital]”, finalizou.
Relembre
O ataque aconteceu quando os animais escaparam de uma residência por um buraco na cerca e percorreram um matagal até a rua Nossa Senhora Aparecida, onde encontraram Guilherme. Durante o ataque, os cães arrastaram o menino para uma área de mata, mas populares conseguiram resgatá-lo. Ele foi inicialmente socorrido pelo Samu e levado ao Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI) antes da transferência para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
Os cães da raça rottweiler apresentaram comportamento extremamente agressivo e chegaram a investir contra policiais que tentavam contê-los. Após diversas tentativas de controle, incluindo o uso de cordas, os animais precisaram ser abatidos para evitar novos ataques.
O proprietário dos cães foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Ele relatou que soube da fuga dos animais por terceiros e tentou contê-los, sem sucesso. A Polícia Civil investiga o caso.