Eleição do Conselho da Vale continua: Junta Eleitoral convoca nova votação em Mariana

O novo pleito, que deve acontecer na próxima semana, será realizado apenas nas minas de Fábrica Nova e Alegria

Eleição do Conselho da Vale continua: Junta Eleitoral convoca nova votação em Mariana
Agência Vale/Divulgação
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Em fevereiro, encerraram as votações para a escolha do representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Vale. A Chapa 8, encabeçada por André Viana, presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, saiu vitoriosa. Porém, a Chapa 3, que havia sido derrotada, alegou fraude na urna utilizada tanto na mina de Fábrica Nova e quanto na mina de Alegria, em Mariana.

Segundo as alegações da Chapa 3, a urna foi movida para diferentes locais das minas com o objetivo de conquistar mais votos entre os trabalhadores — já que a participação não é obrigatória. Assim, os denunciantes afirmam que o procedimento teria favorecido André Viana, que saiu vitorioso naquelas plantas.

Para evitar qualquer suspeição do processo, a Junta Eleitoral, que conta com representantes tanto da Chapa 3 quanto da Chapa 8, optou pela anulação dos 337 votos recebidos nas minas de Fábrica Nova e Alegria e estabeleceu novas votações para aquelas unidades. O que deixa a disputa pelo Conselho da Vale em aberto.

André Viana e Lúcio Azevedo, que compõem a Chapa 8, defendem a lisura do processo e asseguram que não houve qualquer tipo de fraude no processo eleitoral. “Todos os eleitores desta localidade foram devidamente verificados e registrados no sistema digital e na lista de votação. O único fato constatado foi uma movimentação da urna de um ponto de votação para outro, dentro da própria unidade de Fábrica Nova, no intuito de facilitar o acesso dos trabalhadores uma vez que no local inicial não havia tempo hábil para votar”, destacam.

“Repudiamos veementemente os ataques caluniosos, difamatórios e desrespeitosos da referida chapa reclamante, que tenta associar os integrantes da Chapa 8 e membros da Junta Eleitoral, que inclusive a própria denunciante faz parte, a uma imaginária fraude. São acusações infundadas e orquestradas com o único intuito de tentar usurpar a vitória de forma desonrosa e mesquinha”, ressaltam.

André Viana e Lúcio Azevedo, ainda, destacam que respeitarão a decisão da Junta Eleitoral. “Precisaremos ecoar novamente o nome do nosso estado no Conselho de Administração da Vale e faremos isso em todo tempo, quantas vezes se fizer necessário e em enquanto houver em nós força e vigor para lutar pelo bem dos nossos trabalhadores e do nosso honrado estado de Minas Gerais”, afirmam.

Nota oficial

Na noite desta quinta-feira (11), o André Viana e Lúcio Azevedo divulgaram uma nota oficial sobre o novo capítulo das eleições para o Conselho da Vale. Confira a nota:

“Na próxima semana haverá a repetição da votação apenas nas minas de Fábrica Nova e Alegria, região de Mariana. A decisão é da Junta Eleitoral paritária que coordena e conduz o edital e o processo de votação. Mesmo não havendo constatado nenhum tipo de fraude ou contaminação da urna, a decisão de se ter uma nova votação apenas nesta localidade atende a uma determinação da Junta Eleitoral após questionamentos de uma chapa concorrente sobre uma movimentação da urna que teria ocorrido dentro da unidade visando facilitar o acesso ao voto dos trabalhadores.

Votaram nas urnas 337 trabalhadores devidamente conferidos por sistema digital da empresa e também em lista de assinaturas. A chapa perdedora pediu a anulação da urna e consequentemente a anulação dos votos e é contra a repetição da votação. A única intenção da chapa reclamante em querer anulação da urna é por que isso reverteria o resultado da eleição.

A Chapa 8, vencedora do processo eleitoral, espera a rápida resolução, o desfecho final do pleito e o respeito a vontade soberana e democrática já demonstrada nas urnas. É lamentável que concorrentes que não sabem perder utilizem de manobras mesquinhas e sorrateiras para se tentar levar um resultado sólido e consolidado para o ‘tapetão’ desrespeitando os votos de uma mina inteira.

Dos 337 votos das referidas minas, várias chapas, inclusive a reclamante, tiveram votos. Tentar calar os trabalhadores e impedi-los de votar com certeza não é atitude de quem quer representá-los no Conselho de Administração da empresa”.