Em tempos de pandemia, empresas juniores são alternativa para aquecer o mercado

Com custo mais barato e serviço qualificado, projeto universitário tem ganhado espaço em Itabira

Em tempos de pandemia, empresas juniores são alternativa para aquecer o mercado
Foto: Atlas – Soluções em Tecnologia
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Às 7h da manhã, o diretor presidente da empresa júnior Atlas – Soluções em Tecnologia, Artur Cezar, liga o computador e abre a agenda online na qual anota todas as atividades do dia. Ele resolve pendências, realiza feedbacks, marca reuniões e compromissos. Pela manhã, ainda há tempo de alinhar as demandas necessárias para os próximos dias.

A rotina de Artur poderia ser facilmente confundida com a de um empresário já consolidado no mercado. Contudo, ele ainda é um estudante de Engenharia da Produção da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Itabira. Junto a outros 34 alunos, Artur, de 22 anos, é integrante de uma das cinco empresas juniores do campus itabirano da universidade.

Mas afinal, o que é uma empresa júnior?

As empresas juniores nada mais são do que associações sem fins lucrativos, formadas e geridas por alunos de cursos superiores. Por mais que estejam inseridas no contexto universitário, a dinâmica das EJ’S, sigla usada para nomear este formato de negócio, se assemelha à rotina de uma empresa tradicional. Existem metas, planilhas, projetos, reuniões e outras atividades corporativas. A principal diferença, no entanto, são os custos mais baratos em relação àqueles oferecidos no mercado.

empresa junior
Estudante da Unifei-Itabira, Artur está atualmente no oitavo período do curso de Engenharia da Produção. Foto: Arquivo pessoal

Custo-benefício

Em tempos de pandemia de Covid-19, as empresas juniores são cada vez mais escolhidas como alternativa para aquecer o mercado.

Ao contratar uma EJ, é possível ter acesso a diversos serviços com preços bem abaixo do mercado e uma qualidade semelhante ou, até mesmo, superior a uma empresa sênior. Cada projeto conta com o apoio de professores experientes na área e da universidade, tanto em relação à estrutura, quanto ao acesso à informação”, esclarece Artur.

A própria Atlas viu a demanda de um dos seus setores aumentar substancialmente em tempos de isolamento social. A procura pelos serviços de Tecnologia da Informação, cujo foco é o desenvolvimento de sites e sistemas de gerenciamento, também cresceu bastante neste ano.

“Tivemos uma queda considerável em alguns serviços, como o de projetos fotovoltaicos. Por outro lado, houve uma demanda muito grande no setor de T.I, pois várias empresas conseguiram enxergar de forma clara a necessidade em estar inserido no meio digital atualmente. Seja para expor as suas marcas ou até mesmo para realizar vendas online”, relata o estudante.

Além do T.I, a Atlas oferece serviços nos setores de elétrica e eletrônica. Foto: Arquivo pessoal

Reinvenção

Presidente executivo do “Núcleo Vale do Aço”, responsável por auxiliar empresas juniores do Vale do Aço (Ipatinga, Governador Valadares, Coronel Fabriciano etc) e do Médio Piracicaba (Itabira, João Monlevade), Bruno Guimarães explica que, assim como outras organizações, as EJ’S tiveram de se reinventar durante a crise do Coronavírus.

“No cenário atual, percebi que os projetos de consultoria, especialmente, tiveram que se reinventar. Tivemos uma queda em alguns projetos desenvolvidos, mas com muita resiliência estamos escalonando bem nossos resultados e criando modelos de negócios adaptáveis. Também contamos com parcerias dentro e fora do movimento para termos mais universitários experimentando essa vivência empresarial”, pontua.

Bruno Guimarães, mais conhecido como Tarbes, está cursando Engenharia de Materiais na Unifei-Itabira. Foto: Arquivo pessoal

E se para as marcas tem sido vantajoso firmar parcerias com as EJ’S, para os estudantes envolvidos o projeto é igualmente benéfico. Segundo Artur, esta é uma oportunidade única para se inserir no meio profissional antes mesmo de concluir o curso:

“Como estudante, participar da Atlas me possibilitou ter experiências durante a minha graduação que eu só conseguiria ter no mercado de trabalho. Isso contribuiu muito para colocar em prática coisas que eu aprendi na faculdade”, conclui.