Enfermeiro e médica são indiciados por superdosagem de medicamento em idoso que morreu em BH

Os profissionais de saúde foram indiciados pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por homicídio por dolo eventual

Enfermeiro e médica são indiciados por superdosagem de medicamento em idoso que morreu em BH
Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, não resistiu. (Foto: Arquivo Pessoal;Divulgação/PCMG)

Um enfermeiro e uma médica foram indiciados por administração inadequada de um medicamento para tratamento de câncer de Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, em um hospital de Belo Horizonte. A aplicação de superdosagem do medicamento culminou na morte da vítima, no dia 23 de agosto deste ano. Ela estava internado para para tratamento de câncer. Os profissionais de saúde que atuavam no tratamento do homem foram indiciados por homicídio por dolo eventual.

De acordo com as investigações, a vítima iniciou o tratamento contra o câncer em março de 2024, em um hospital localizado na região Oeste de Belo Horizonte. No dia 19 de agosto, o enfermeiro aplicou no paciente uma dose significativamente superior à prescrita, resultando em uma grave overdose e em complicações fatais.

“Foram aplicadas quatro injeções, totalizando 8,78 mg do remédio, enquanto a prescrição médica indicava apenas 2,29 mg. O profissional ignorou as identificações individuais das seringas, que estavam destinadas a outros pacientes. Diante disso, a vítima apresentou um mal-estar e foi atendida em duas ocasiões consecutivas. Entretanto, o quadro clínico evoluiu, resultando em internação, sendo necessário o suporte com ventilação mecânica. A vítima não resistiu e morreu quatro dias depois”, informou a Polícia Civil.

Investigação e indiciamento

Conforme apurado pela 2ª Delegacia de Polícia Civil Sul, apesar de o enfermeiro ter comunicado o erro à enfermeira-chefe, ele não registrou o incidente no prontuário médico, o que impediu a adoção de medidas corretivas por parte dos médicos plantonistas.

A médica responsável pelo tratamento da vítima foi informada sobre a situação, mas optou por não tomar providências para tentar reverter o quadro grave do paciente. Segundo as investigações da Polícia Civil, essa conduta contribuiu para o agravamento do estado de saúde da vítima.

“Após ouvir testemunhas, analisar prontuários médicos, realizar sindicâncias internas e laudos periciais, a PCMG concluiu que os investigados, o enfermeiro e a médica, agiram com dolo eventual. Ambos assumiram o risco de causar a morte ao optar por não agir, mesmo tendo plenas condições de tentar evitar a morte do paciente”, comunicou a Polícia Civil.