Escândalo: funcionária denuncia presidente da CBF por assédio sexual e moral

Moça detalha comportamentos abusivos como, por exemplo, tentar forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”

Escândalo: funcionária denuncia presidente da CBF por assédio sexual e moral
Foto: Norberto Duarte / Getty Images

Veio a público, nessa sexta-feira (4), uma denúncia feita por uma funcionária da Comissão Brasileira de Futebol (CBF) conta o presidente Rogério Caboclo. A moça o denunciou, formalmente por assédio moral e sexual. A denúncia foi protocolada no início da tarde.

De acordo com o documento, os abusos teriam ocorrido contra uma funcionária, autora da denúncia, que detalhou episódios vividos por ela desde abril do ano passado. Ela afirma ter provas de todos os fatos e pede que o dirigente seja investigado e punido pela Justiça Estadual.

Descrições chocantes

Os fatos narrados pela funcionária são assustador e envolvem situações constrangedoras sofridas por ela. Os casos aconteceram durante viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF. A funcionária detalha, por exemplo, o dia em que Caboclo, depois de diversos comportamentos abusivos, perguntou se ela se “masturbava”.

Há ainda outro episódio, considerado extremamente grave. De acordo com a funcionária denunciante, Rogério Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”.

A mulher também disse que teve a vida pessoal exposta diante de outros funcionários. O presidente da CBF teria criado histórias falsas sobre supostos relacionamentos que teria tido no âmbito da CBF. Além disso, a denúncia diz que os abusos eram de conhecimento de outros diretores.

Casos recorrentes de alcoolismo

A funcionária, na denúncia, afirmou ainda que durante todo o período em que os abusos aconteceram, Rogério Caboclo estava sob efeito de álcool. No documento, a mulher relata que o presidente da CBF pedia para que ela escondesse as bebidas em lugares específicos, para que ele pudesse beber ao longo do expediente.

As denúncias foram formalizadas por um documento enviado por e-mail ao presidente da Comissão de Ética e ao diretor André Megale, responsável pela Governança e Conformidade. Esta diretoria faz parte da estrutura da CBF, enquanto a Comissão de Ética é um órgão que deve ser independente da entidade.

Todo mundo sabia

Embora a denúncia tenha sido formalizada nesta sexta (4), o assunto já era de conhecimento de todos os diretores e vice-presidentes da CBF há pelo menos um mês e meio. A funcionária denunciante, que faz parte do time de cerimonialistas da entidade, relatou para colegas e superiores que vinha sendo assediada pelo presidente.

Entretanto, nada foi feito em relação ao tema. No mesmo dia em que relatou os abusos, a cerimonialista pediu afastamento de suas atividades por motivos de saúde. Descrita como discreta e reservada, a funcionária está na CBF desde 2012.

Até o momento, Rogério Caboclo não se pronunciou sobre a denúncia.