Eu não acredito nesse engodo

”Eu sou um desses contrários a esse indivíduo imposto como presidente do Brasil pelo nosso sistema eleitoral”

Eu não acredito nesse engodo
Foto: TV Brasil/GOV
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Junho passou, julho está morrendo. Findam as tradicionais quadrilhas de época, creditadas às comemorações de São João, cantado e decantado nas festividades de época, com danças, vestimentas, fogueiras e alimentos típicos.

Em Brasília, capital federal, as quadrilhas festejam o ano inteiro. Não há interrupção na festança de desrespeitos à Constituição Federal, que vem desde o planalto, das instituições de Justiça, do parlamento, da Câmara dos Deputados e Senado. Temos até um grupo denominado “Centrão”, aquele que compactua com quem oferecer mais. Tem sido assim o dia a dia do brasileiro. Conviver com esses atores do palco da vida brasileira não tem sido fácil. E, pior; nada se pode falar sobre as possíveis irregularidades de qualquer setor, departamento ou ministério do atual governo. 

Mas, sinta-se à vontade para falar contra a oposição. Não vai dar em nada! Sinta-se à vontade para criticar a direita. Bolsonaro pode ser execrado, seus familiares e simpatizantes, idem, mas, não se atrevam revelar que o atual ministro da Justiça é suspeito de desviar valores na compra de aparelhos para conter a pandemia enquanto governador do Maranhão. 

Não se atreva em denunciar que ao menos 12 ministros do atual governo respondem a processos na Justiça, e que, muito provavelmente, em função disso, estão com o “rabo preso”, assim como grande parte dos deputados e senadores que não se manifestam contra as arbitrariedades da Corte. Aliás, Corte de 11 membros, em que só um dos elementos se arvora do poder de julgamento e punição a tudo que hoje ocorre no país.

Seu homônimo, Alexandre, O Grande, rei da Macedônia, um império que se estendeu desde o norte da Grécia até o Egito e o Extremo Oriente, subiu ao trono aos 21 anos e não hesitou em liquidar todos os que tramavam contra a sua coroa. Será mera coincidência?

Lastimável o que hoje vemos em nosso país: ministro que nos chama de “mané”, que diz que “vencemos o bolsonarismo”, um cidadão que foi condenado por três Cortes e depois “descondenado” por um ministro militante de esquerda da Suprema Corte, que se tornou presidente e hoje se intitula líder dos mais de 212 milhões de brasileiros. Ora, que piada de péssimo gosto! O atual presidente só agrada aos seus comparsas; jamais a toda nação brasileira que fica enojada até por ouvir a menção do seu nome e o rosnar da sua voz. 

Eu sou um desses contrários a esse indivíduo imposto como presidente do Brasil pelo nosso sistema eleitoral, que ainda lança dúvidas em quem frequenta as urnas em busca de um verdadeiro salvador da pátria. O que está no poder, atualmente, para mim, é um engodo!

* Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

*** O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

 

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