“Eu nasci hoje”, diz um dos sobreviventes do acidente de João Monlevade
Caso ocorreu na ponte torta, altura do km 350 na BR-381
O grave acidente ocorrido no início da tarde desta sexta-feira (4), na BR-381, em João Monlevade, deixou, até então, 14 mortos. No entanto, ainda há vários relatos de sobreviventes da tragédia. Um deles foi o alagoano Cícero Santos. Ele saiu do estado localizado na região nordeste do país rumo a São Paulo.
Viajando ao lado de um primo, cujo estado de saúde ainda é desconhecido, Cícero diz que “nasceu hoje” após sair vivo da queda do ônibus de turismo. Ele falou sobre a sua sensação neste momento e fez um relato sobre a situação.
“Pra mim eu nasci hoje, graças a Deus. Mas foi um acidente trágico, porque eu percebi que o ônibus estava faltando freio. Ele veio subir a ponte, e ao invés de subir, voltou de ré. Quando ele voltou de ré, o motorista falou “faltou freio, pula que faltou freio. Eu consegui pular do ônibus em movimento na rodovia, mas infelizmente tem muita vítima”, relata.
Cícero disse que, para salvar a própria vida, o motorista do veículo pertencente à empresa Localima Turismo pulou do ônibus.
“Ele bateu no retrovisor de um carro, não sei se foi ônibus ou caminhão, e eu já fiquei meio assim (gesticulando) na poltrona. Depois, ele voltou desgovernado, de ré, e o motorista falou que faltou freio. Aí ele largou o barco e pulou”, explica o alagoano.
Ajuda no socorro
Mateus Ferreira de Brito, que mora próximo ao local do acidente, ajudou no resgate das vítimas. De acordo com seu depoimento, no momento em que ouviu o estrondo, ele e trabalhadores da região logo foram socorrer os feridos. Mateus também conta que, além de lutar contra o tempo, havia outra preocupação naquele momento.
“Eu, juntamente com trabalhadores que estão trabalhando aqui na proximidade, ouvi um estrondo e rapidamente viemos correndo ver o que era. O maior medo era vir um trem e acabar cessando a vida de quem havia sobrevivido. Tinha muita criança no meio, muitas senhoras, homens. Conseguimos socorrer as pessoas que estavam vivas, levamos pro hospital e o resgate chegou logo depois. Pela altura que foi, quem sobreviveu tem que agradecer a Deus”, diz.