EUA ou China: de qual potência vamos nos tornar quintal?
Temos que aprender com os americanos a exercer a democracia de forma plena, a ter um judiciário mais justo, menos ideológico, a ter maior respeito à Constituição
A posse de Donald Trump na segunda-feira (20), na presidência dos Estados Unidos, é de fundamental importância para o mundo ocidental, num momento em que a China, como um polvo, abre seus poderosos tentáculos absorvendo todos os países que lhe podem prover grandes lucros, agora e no futuro.
O Brasil, em especial num momento em que “administrado” por um governo esquerdista, socialista, parente próximo do comunismo, deixa escancarada a porta de entrada para interesses chineses e produtos de qualidade questionável, e vende em grande escala sua produção agrícola ao hoje poderoso gigante asiático, comprando tudo e a todos. A investida chinesa em países com potencial energético, mineral e agropecuário, está a olhos vistos, e o Brasil é celeiro de todas essas fontes, tanto que, não é raro ver notícias nos principais periódicos do nosso país que o gigante asiático comprou grandes porções de terra por aqui, num expansionismo extra fronteira que preocupa.
O maior parceiro comercial do Brasil importou, em 2022, o equivalente a R$306 bilhões em produtos do agronegócio, cerca de US$58,8 bilhões, e tem mudado a configuração global do mercado de alimentos nas duas últimas décadas, com estimativa de se manter assim nos próximos anos. A China tem uma classe média crescente e o desafio de tirar da pobreza quase a população do Brasil, ao menos 200 milhões de pessoas. A China tem hoje a segunda maior população do mundo, com mais de 1,4 bilhão de habitantes, atrás somente da Índia.
A ousadia chinesa não para por aí; recentemente, foi notícia nos grandes jornais do país, o interesse dos asiáticos pela cidade de Mataraca, na Paraíba, ofertando por ela cerca de RS9 trilhões para se tornar um epicentro do desenvolvimento global. Com apenas 8.300 habitantes, a cidade estava se preparando para tornar-se uma metrópole futurista, equipada com um ponto de offshore de última geração e infraestrutura de ponta. A cidade faz fronteira com o Rio Grande do Norte, porém, o investimento foi cancelado por suspeitas de irregularidades. Mataraca tem como principais ingredientes na economia, o turismo e uma pujante mineração de titânio, mineral de alta valorização no mercado internacional.
A DKBA, empresa chinesa do ramo agrícola, adquiriu cerca de 53,99% das ações da Belagrícola, no Norte do Paraná, cujo faturamento na comercialização de grãos, em 2016, foi de 2,8 bilhões, mas, antes, adquiriu a empresa Fiagril, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, com um perfil semelhante ao da Belagrícola. Os chineses também adquiriram as hidrelétricas de Ilha Solteira e Japuri, além da Duke Energy do Brasil, num investimento de US$10 bilhões. Enquanto presidia a Argentina, o presidente Alberto Fernández acenou com a possibilidade de permitir ao governo chinês uma instalação militar no país.
Voltando ao Brasil, os chineses fizeram uma proposta de ceder caças avançados J-10 a preços reduzidos com a condição de acesso à Base de Alcântara, em uma jogada que pode reconfigurar o cenário geopolítico da América Latina, caso se concretize. A oferta tem gerado debates acalorados nos círculos militares e políticos brasileiros. A possível concessão do uso da Base de Alcântara levanta questões complexas sobre a soberania nacional e as relações com os Estados Unidos, principal parceiro estratégico do Brasil na área de defesa.
Sem estardalhaço, aparentemente com a cumplicidade de parte da imprensa brasileira, que não dá o devido valor às investidas asiáticas e do governo socialista, os chineses adquirem empresas estratégicas para saciar a fome da gigantesca população e gradativa posse de commodities de extrema importância para a sua voracidade econômica.
Em sua posse na última segunda-feira (20), indagado por uma jornalista brasileira sobre o Brasil, Trump foi curto e grosso: “Nós não precisamos do Brasil. O Brasil precisa de nós!” É uma verdade parcial. Enquanto os americanos sofrem com furacões, queimadas e nevascas nos seus vários estados, prejudicando sua safra agrícola e produção pecuária, o Brasil, com problemas menores nesses quesitos climáticos, tem pujança em hortifrútis, na pecuária (um dos maiores rebanhos do mundo) e no setor mineral.
Aqui temos de tudo, inclusive uma população voluntariosa. Mas, é verdade que temos que aprender com os americanos a exercer a democracia de forma plena, a ter um judiciário mais justo, menos ideológico, a ter maior respeito à Constituição, que rege os direitos de todos os cidadãos, que aponta o caminho que a nação deve seguir, observando preceitos vários.
Na oportunidade, lembro que a Venezuela do amigo do Lula, do ditador canalha do Maduro, tem feito ostensivas provocações ao Brasil, tanto nas falas do seu líder, quanto nas ações práticas, como treinamento militar na fronteira com Roraima e o fechamento desta para operações militares.
Até quando esse governo vai ignorar essas provocações?
Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.
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