EUA, UE e nove países latino-americanos se posicionam contra ordem de prisão a González na Venezuela

Edmundo González encontra-se escondido desde quando o Ministério Público venezuelano determinou a sua prisão

EUA, UE e nove países latino-americanos se posicionam contra ordem de prisão a González na Venezuela
Foto: Reprodução/Redes sociais

A ordem de prisão emitida contra Edmundo González Urrutia, opositor de Maduro nas eleições de 28 de julho, foram rejeitadas pelos Estados Unidos, pelo chefe da diplomacia da União Europeia e nove países sul-americanos, nesta terça-feira (3).

Brian Nichols, chefe da diplomacia para os Estados Unidos para a América Latina e o Caribe, condenou com veemência a “ordem de prisão injustificada” do diplomata de 75 anos, por ter reivindicado sua vitória sobre Maduro nas recentes eleições.

González está escondido há cerca de um mês, após o Ministério Público da Venezuela ordenar sua prisão, nesta segunda-feira (2), por “desacato à Corte, desobediência às leis, conspiração, usurpação de funções e sabotagem”.

“Em vez de reconhecer sua derrota eleitoral e se preparar para uma transição pacífica na Venezuela, Maduro agora ordenou a detenção do líder democrático que o derrotou de forma esmagadora nas urnas”, destacou Nicholás na plataforma X.

Também o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, foi enfático em rejeitar a medida e pediu às autoridades venezuelanas que “respeitem a liberdade, a integridade e os direitos humanos” de González Urrutia.

Nove países da América Latina; Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai também rejeitaram “de maneira inequívoca e absoluta” a estapafúrdia da medida.

A Venezuela rompeu relações diplomáticas com muitos desses países pelo não reconhecimento da vitória de Maduro. O Brasil, embora não tenha assinado o comunicado, resiste em reconhecer a vitória de Maduro enquanto as atas eleitorais não forem publicadas.

O comunicado do grupo de países afirma que a disposição “cita vários supostos crimes que não são mais do que tentativa de silenciar o senhor González, desconsiderar a vontade popular venezuelana e constitui perseguição política. Em um país onde não há separação de poderes nem garantias judiciais mínimas e onde decisões arbitrárias são abundantes, condenamos essas práticas ditatoriais”.

Opositores e juristas admitem que a justiça da Venezuela está a serviço do chavismo.

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) proclamou Maudro vencedor do pleito de 28 de julho, estendendo o seu terceiro mandato até 2031, mas não publicou o detalhamento da apuração, como determina a lei.

María Corina Machado, líder da oposição, afirma que a vitória de González é comprovada pelas mais de 80% das atas de votação que foram publicadas em um site.

Atos de protestos no país, desde o pleito em que o ditador foi declarado vencedor pelo CNE, forma responsáveis por 27 mortos, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 detenções.

O comunicado dos países coincide com a apreensão pelos Estados Unidos do avião presidencial de Maduro e que, segundo Merrick Garland, procurador-geral americano, “foi adquirido ilegalmente por US$13 milhões (R$73,1 milhões) por meio de uma empresa de fachada e contrabandeado para fora dos Estados Unidos.

* Fonte: IstoÉ