Extração do minério pela Samarco somente após implantação de mais segurança

“Precisamos adotar novas tecnologias de filtragem que aumentarão a segurança”, afirmou diretor-presidente

Extração do minério pela Samarco somente após implantação de mais segurança
Foto: Reprodução/YouTube

A Samarco recebeu no último dia 25, a Licença de Operação Corretiva (LOC) para retomar suas atividades operacionais no Complexo de Germano, localizado em Minas Gerais. Contudo, tal retomada será gradativa e a extração do minério de ferro será uma das últimas etapas.

A afirmação é do diretor-presidente, Rodrigo Vilela. “Com a aprovação da LOC, a Samarco está autorizada a reiniciar as operações. Entretanto, inicialmente precisamos adotar novas tecnologias de filtragem que aumentarão a segurança, o princípio fundamental que guia o nosso trabalho”, afirmou.

Conforme informado em nota à imprensa, a mineradora espera reiniciar as suas operações utilizando novas tecnologias para o empilhamento de rejeitos a seco. Dessa forma, o retorno das atividades relacionadas à extração de minério de ferro, às plantas de beneficiamento em Germano, Mariana (MG), e à planta de pelotização no Complexo de Ubu, localizada em Anchieta (ES), apenas ocorrerá após a implementação de um sistema de filtragem. A construção desse sistema tem previsão de 12 meses. Assim, a Samarco estima que a retomada de suas atividades ocorrerá por volta do final do ano de 2020.

Entenda o processo

Com o processo de filtragem, a Samarco poderá filtrar a parte arenosa do rejeito (80% do total em volume) e empilhá-la de forma segura. Os 20% restantes serão depositados na cava Alegria Sul, uma estrutura rochosa confinada, o que aumenta a segurança. As obras de preparação da cava Alegria Sul começaram em outubro de 2018 e foram concluídas este mês.

Remediação e mais empregos

A Samarco reafirma o seu compromisso com as comunidades e com as áreas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão e salienta que, até agosto de 2019, cerca de R$ 6,68 bilhões (~US$ 1,94 bilhões) foram alocados para medidas de reparação e compensação. Além dos esforços de remediação, a retomada das operações deverá contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, criando empregos e trazendo benefícios econômicos para estas comunidades.

Futuro

A partir das mudanças na legislação ambiental e regulatória implantadas em 2019 para a indústria de mineração no Brasil, a Samarco elaborou seu plano de negócios. Haverá a redução da capacidade da cava Alegria Sul em receber rejeito de lama de 16Mm3 para 10Mm3. Além disso, a capacidade da Samarco em armazenar rejeitos filtrados será reduzida em aproximadamente 47Mm3 devido a classificação da cava de Germano como barragem.

A empresa ainda afirma reiniciar as operações por meio de um concentrador e ser capaz de produzir aproximadamente 7-8 M toneladas por ano, após a instalação da tecnologia de filtragem. Assim, a empresa espera que o segundo concentrador possa ser reiniciado em, aproximadamente, seis anos. Este pode alcançar uma produção de aproximadamente 14-16 M toneladas por ano. O reinício do terceiro concentrador poderá ocorrer cerca de dez anos após a emissão da LOC, e alcançar um volume de produção de cerca de 22-24 M toneladas.

A Samarco antecipa que a estimativa atual para as despesas relacionadas à descaracterização da barragem de Germano e da Cava de Germano, que não estavam sendo consideradas no plano de negócios da empresa divulgado em janeiro de 2019, é de, aproximadamente, R$ 2,3 Bilhão (~US$ 0,6bn).