Falsa médica cobrava R$ 450 por consulta se passando por “especialista em câncer”

A Polícia Civil de Alagoas desmontou a farsa em 10 de abril

Falsa médica cobrava R$ 450 por consulta se passando por “especialista em câncer”
Foto: Reprodução

Trabalhando há nove anos em um dos maiores centros médicos de Maceió (AL), Helenedja Oliveira cobrava R$450, por consulta como especialista em oncologia.

A falsa médica foi descoberta pela Polícia Civil em 10 de abril, em seu suposto consultório, onde foi desmascarada e responde a processo por fraude em liberdade.

Descrita por expedientes como pessoa simpática e atenciosa, Helenedja divulgava seus serviços em sua rede social e se identificava também como nutróloga, especialista em emagrecimento pré-cirúrgico, tratamento de obesidade e escrevia artigos sobre saúde.

Denúncias feitas ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) possibilitaram desmascarar a fraude sobre a prática irregular da profissão.

Em seu consultório, Helenedja, durante consultas, prescrevia medicamentos e solicitava exames, utilizando um carimbo falso, com o registro de CRM/AL 81.420, que não é válido na capital alagoana e nem no Rio Grande do Sul, onde ela alegava ter se formado.

As investigações, levadas a efeito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) confirmaram que Helenedja nunca estudou medicina na instituição.

A delegada responsável pelas investigações manifestou preocupação com os pacientes da falsa médica, em especial aqueles em situação mais delicada de saúde, por sua falsa especialização em oncologia metabólica, cujos riscos vão, desde a perda de valores como os riscos que ela poderia causar a órgãos vitais dos pacientes, como rins, fígado e coração.

A Unimed se pronunciou demonstrando preocupação após pagar ao menos 25 exames solicitados pela falsa profissional de saúde.

Em 18 de maio de 2021, Itamberg Oliveira Saldanha (31), foi preso na Unidade de Pronto Atendimento de Realengo, no Rio de Janeiro, Zona Oeste, quando recebeu voz de prisão.

O falso médico atendia cerca de 70 pacientes por plantão e os investigadores estimam que ele tenha realizado ao menos 3 mil atendimentos nesse período.

Saldanha utilizava um registro do Conselho Regional de Medicina verdadeiro, do médico Álvaro Pereira de Carvalho, que ao tentar se vacinar contra a covid-19 descobriu que seu registro estava sendo utilizado por outra pessoa.