Festa do Tropeiro começa com Bênção aos Cavaleiros em Santa Bárbara

Evento marca o início do 4º Festival da Cultura Tropeira e celebra os 22 anos do Museu do Tropeiro

Festa do Tropeiro começa com Bênção aos Cavaleiros em Santa Bárbara
Foto: Ramon Agostinho

A manhã desta sexta-feira (9) foi marcada pelo início do 4º Festival da Cultura Tropeira e da celebração dos 22 anos do Museu do Tropeiro, em Ipoema, distrito de Itabira. Cavaleiros de diversas regiões se reuniram em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio, no município de Santa Bárbara, onde receberam a tradicional bênção antes de partirem num percurso de 53 km rumo a Bom Jesus do Amparo. No sábado (10), os tropeiros completam os 17 km restantes até o Museu do Tropeiro, no distrito itabirano.

O tema da festa deste ano, “Turismo na Rota do Tropeirismo”, busca integrar tradição, cultura e desenvolvimento econômico. Mais de 20 comitivas de diferentes cidades participam do evento, que valoriza a história e reforça a identidade cultural dos municípios da região.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), destacou a importância da festa no fomento do turismo como um vetor de desenvolvimento econômico no futuro. “O Museu do Tropeiro foi um dos primeiros equipamentos, depois da Estrada Real, que foi consolidado e esse evento vem demonstrar exatamente esse potencial de integração turística, de tradição e de cultura, que nós precisamos tanto para a diversificação econômica”, afirmou.

Festa do Tropeiro começa com Benção aos Cavaleiros em Santa Bárbara
Foto: Ramon Agostinho/DeFato Online

A celebração da cultura tropeira é uma forma de homenagear as tradições da região, como também ensinar sobre a história do Brasil. Para a superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) e historiadora, Vanessa Faria, as tropas foram essenciais para o desenvolvimento e construção do Brasil e da região do Médio Piracicaba. 

“Pensar no Brasil essencialmente rural, onde as distâncias para se percorrer esse território levavam dias, meses. O abastecimento desses territórios, o próprio processo de ocupação territorial, as tropas são essenciais nesse processo”, destacou.

A festa também conta com a participação de quem viveu o tropeirismo de perto. Altivo Rodrigues, de 83 anos, um dos tropeiros mais antigos da região, acompanhou a cavalgada com emoção: “A minha vida, praticamente, foi toda com a tropa. Desde menino já trabalhava ajudando o meu pai a mexer com a tropa e depois continuei”.

Já o radialista Tangará, que participa da Festa do Tropeiro desde sua criação, destacou o caráter integrador do evento: “Essa festa é uma união dos povos. É o resgate de uma tradição que começou aqui para todos nós. Participo desde a primeira edição, são 21 anos de história”.

O Festival da Cultura Tropeira continua durante a semana com atividades culturais e gastronômicas em Bom Jesus do Amparo e Ipoema.