Festança que ficou na lembrança
Barão de Cocais realizou uma de suas maiores festas em 2020; agora, foi preciso deixar a folia na memória
* Matéria veiculada na edição 80 do jornal Cidades Mineradoras, da DeFato
O cocaiense mais animado vive de saudade. Saudade da folia, dos blocos, da festança que só cresceu na cidade. Vive de saudade de quando aglomerar era normal. É que fevereiro passou e não teve Carnaval.
No ano passado, o Carnaval de Barão de Cocais teve ao menos cinco dias de folia, com shows no Espaço de Eventos José Furtado e na Praça Nossa Senhora Aparecida. Estima-se que aproximadamente 40 mil pessoas passaram pela festa. Em 2021, o cenário foi outro. A cidade é uma das que mais restringiu o funcionamento de serviços na região para conter o avanço da Covid-19.
“Há um ano realizávamos um grande Carnaval, talvez o maior da história de Barão de Cocais – do ponto de vista de atrações, de geração de emprego e renda, de fomento à economia local e às atividades artísticas e culturais da cidade. Havia uma expectativa de que conseguiríamos realizar, nos mesmos moldes ou ainda maior, o Carnaval em 2021. A pandemia do novo coronavírus mudou os planos”, recorda o secretário municipal de Cultura e Turismo, Gabriel Cassoli Corteletti.
Tradicional, o Carnaval da cidade ganhou, nos últimos anos, novo layout. Antes só com as manifestações de rua, o evento cocaiense mesclou shows localizados, de gêneros diversos. Na edição do ano passado subiram aos palcos queridinhos nacionais do sertanejo, samba e pagode. A banda Sorriso Maroto foi um exemplo.
“No ano passado foram gerados mais de 300 empregos temporários, mais de 250 contrações diretas e indiretas [serviços e prestadores] e um investimento, só do município, de mais de R$ 500 mil. Isso sem falar no que gira na economia local, do qual não é possível mensurar”, comenta Corteletti.
Para este ano não há expectativas de nada semelhante e a maior consequência, avalia Gabriel, está no que define por desmobilização social. “São muitos os movimentos que desmobilizam em função da não realização do Carnaval. Como exemplo, temos os blocos caricatos, as marchinhas, as charangas. Isso gera um impacto, além do econômico: uma desmobilização social. Ainda não conseguimos mensurar como a questão irá impactar no município em médio prazo”.