Filha conviveu com mãe morta durante seis meses num apartamento

Mulher do Rio de Janeiro dizia a vizinhos que a mãe morreu e foi sepultada

Filha conviveu com mãe morta durante seis meses num apartamento
Foto: @freepik/Freepik

Maria Auxiliadora de Andrade Santos, foi encontrada por funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), nó último sábado (7), com o corpo em avançado estado de decomposição, em um quarto do seu apartamento, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Aos vizinhos do prédio e comerciantes locais, sua filha dizia que ela havia morrido e havia sido enterrada.

O fato se deu na rua Marco Polo, em Vila da Penha, onde a filha convivia com cadáver trancado no quarto havia seis meses.

Uma senhora, companheira de culto de todas as semanas, chegou a perguntar à filha sobre a mãe, e sempre dizia que ela estava com problemas de saúde, sempre dizendo que não podíamos visitá-la. A um comerciante, na região há mais de 20 anos, a filha disse que ela havia falecido e que a família não teve tempo de informar sobre o enterro.

“Ela era uma senhora muito ativa, sempre passava aqui pela rua para ir à igreja. De uns tempos para cá, ela sumiu”, disse outra vizinha.

Um vizinho que preferiu não se identificar, disse que o apartamento das duas, mãe e filha, era no térreo do edifício de quatro andares e que nenhum morador chegou a sentir o mau cheiro.

“Apenas que a residência passou a estar sempre fechada. Não senti e nem ouvi isso de ninguém. A dona Maria Auxiliadora sempre morou aqui. Antes era com o marido, o filho e a filha, mas depois o companheiro faleceu e o filho também acabou morrendo de Covid, então só ficaram as duas”.

O vizinho acrescentou: “A filha dela era farmacêutica e, nos últimos meses, eles perceberam mudança no comportamento dela. Ela andava com uma feição meio estranha, o comportamento também mudou, não parecia estar bem e nem se comportar como a conhecíamos, mas nada que a gente pudesse imaginar que estaria acontecendo uma coisa dessa. Ela era farmacêutica e, pelo que vimos e soubemos nos comentários aqui da rua no sábado, ela estaria manipulando remédios e formol para manter o corpo com menos cheiro”.

Quem teria chamado o Samu foi a neta da vítima.

“O que ficamos sabendo aqui foi que ela se sentiu mal e pediu ajuda para a filha, de 22 anos, a mãe já beira os 50 anos de idade. Afilha dela ligou para o Samu, que foi quando os médicos vieram e acabaram descobrindo tudo. Foi uma surpresa para a gente, um caso assustador. Ninguém imaginava isso”.

Segundo o noticiário do RJTV, quando os socorristas entraram no apartamento, encontraram a filha da idosa deitada no sofá. Após uma análise clínica, viram que ela estava bem, mas sentiram um cheiro forte. A mulher ainda teria tentado desconversar e dispensar os médicos, mas um deles teve a iniciativa e resolveu arrombar a porta do quarto e descobriu o cadáver, que teve o corpo removido para o Instituto Médico-Legal do Centro.

O caso está sendo investigado pela Vigésima Sétima Delegacia de Polícia (27° DP-Vicente de Carvalho) para apuração das causas e as circunstâncias da morte.

Uma perícia foi realizada no cadáver e filha ouvida e liberada no mesmo dia da ocorrência.

* Fonte: Agência Globo