Filhote de tamanduá-mirim nasce no Zoológico de BH

A gestação tem duração de 130 a 150 dias e geralmente nasce um filhote no final da estação seca

Filhote de tamanduá-mirim nasce no Zoológico de BH
(Foto: Suziane Brugnara/PBH)

Um filhote de de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) nasceu no Zoológico de Belo Horizonte. A espécie, embora não seja considerada ameaçada de extinção, está com a população em franco declínio na natureza. Atualmente encontram-se sob os cuidados da instituição cinco indivíduos dessa espécie, sendo três fêmeas e um macho (adultos) e o filhote. A Prefeitura informou que Benedita, a mais recente mamãe do Zoo, está em um recinto localizado em área restrita para que tenha a tranquilidade de cuidar do filhote de modo mais natural possível.

Os dois últimos indivíduos dessa espécie que chegaram ao Zoológico de BH são duas filhotes órfãs, cujas mães foram vítimas de atropelamento. Elas foram resgatadas recém-nascidas, ainda com o cordão umbilical e mantidas, inicialmente, sob cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Salvador, Bahia, de onde foram transferidas para BH em 21 de março de 2023.

O filhote nasceu no dia 28 de setembro no Zoológico e precisa ser amamentado durante um longo período, permanecendo dependente da mãe por pelo menos um ano, até aprender a se alimentar sozinho.

Características da espécie

Mede entre 0,55 a 0, 63 metros de comprimento, com uma cauda de 0,40 a 0,67 metros. Pode pesar até 7Kg. Possui uma faixa de pelos pretos que se estende ao longo do dorso e ventre do animal dando a ideia de que está vestindo um colete, o que explica o nome popular tamanduá-de-colete.

Apresenta nítida diferença morfológica nas diferentes populações. Animais ao norte do Brasil possuem coloração mais escura e o corpo mais alongado, assim como o focinho e as orelhas. Os animais da Mata Atlântica são mais claros e com o “colete” bem definido. Já os animais do Cerrado são mais robustos e com coloração mais dourada.

Não possui dentes. A forma de comer assemelha-se à dos demais tamanduás: também tem uma língua comprida e extensível e saliva pegajosa. Ele introduz na língua no formigueiro ou cupinzeiro, os insetos grudam e ele os recolhe para a boca, que se caracteriza por uma pequena abertura circular.

O olfato é o sentido mais desenvolvido e é o que o animal utiliza para se orientar. A visão e a audição não são muito boas e o tato é grosseiro. As patas anteriores possuem musculatura muito desenvolvida e cada uma apresenta quatro dedos com garras recurvadas, sendo a garra do terceiro dedo a maior, porém proporcionalmente menor à equivalente do tamanduá-bandeira. Já as patas posteriores apresentam cinco dedos com garras menores e musculatura menos desenvolvida.

As garras fortes presentes nas patas anteriores ajudam o animal a abrir frestas nos cupinzeiros e a subir em árvores e troncos. É dócil, mas quando atacado se defende usando essas garras. A porção final da cauda não apresenta pêlos e tem função semipreênsil. Ele a utiliza para subir em árvores e se pendurar nos galhos enquanto busca alimento.

Hábitos

Possui hábitos solitários, exceto durante a época reprodutiva e durante o período de amamentação. É predominantemente arborícola, mas também pode se deslocar-se, alimentar-se e descansar no solo. O seu período de maior atividade é à noite, mas pode ser observado durante o dia e ao entardecer. Quando não está ativo, esse animal costuma descansar em ocos de árvores, tocas de tatus ou em outras cavidades naturais.