Final da Copa do Brasil trouxe o que há de mais lindo e repugnante no futebol

Confira o novo texto do colunista Victor Eduardo!

Final da Copa do Brasil trouxe o que há de mais lindo e repugnante no futebol
Foto: Athletico/Twitter

A noite desta quarta-feira (15) na Copa do Brasil despertou diferentes emoções em quem acompanhou a final da competição, realizada na Arena da Baixada. Para os torcedores do Galo, festa pela vitória por 2 a 1 e a confirmação do título que deu a tríplice coroa ao clube. Do outro lado, a decepção paranaense, já que em nenhum momento o Furacão ameaçou a conquista do xará mineiro.

No entanto, o caldeirão de sensações não se limitou a isso. Começando pelo lado positivo, foi bonito ver o torcedor do Athletico cantando durante os 90 minutos, apesar da derrota. Até porque não havia muito o que fazer. Para tentar uma heroica virada, o time de Alberto Valentim teria que apresentar uma mudança radical em todos os aspectos: tático, técnico e comportamental, algo imprevisível.

Portanto, só sobrou aos pouco mais de 34 mil torcedores demonstrarem amor ao clube e celebrar mais uma temporada com títulos do Furacão, campeão da Sul-Americana em dezembro.

No entanto, também assistimos a tristes cenas na Arena da Baixada nesta quarta. Antes mesmo da bola rolar, o ônibus dos visitantes foi apedrejado pelos torcedores mandantes. Mas o pior ainda estava por vir…

Dentro do estádio, pelo menos dois casos de racismo foram registrados. De um camarote, uma jovem imitava um macaco para “provocar” torcedores que estavam nas cadeiras da Arena. Nas mesmas cadeiras, dois homens, torcedores do CAP, se dirigiam aos atleticanos de Minas passando o dedo sob a pele, em claro gesto racista. Você pode assistir aos dois momentos abaixo.

As imagens estão aí. Elas, por si só, já bastariam para que os criminosos fossem identificados e punidos. Mas o moderno estádio do Athletico também possui um sistema de identificação por biometria, o que facilita ainda mais o trabalho de investigação. Ou seja, os racistas só sairão impunes caso as entidades esportivas, incluindo os clubes, e forças policiais se omitam. A péssima notícia é que isso costuma ser bem comum no Brasil.

Gostaria muito de aproveitar este espaço para falar apenas do grande futebol apresentado pelo Galo ou a linda festa dos torcedores do atual campeão da Sul-Americana. Mas isso seria um exemplo claro de omissão. E, na atual conjuntura do país, se omitir é uma escolha que não pode ser feita.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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