Flávio Bolsonaro rebate crítica de Huck à ingerência política na Vale: “Fez o L”

Huck afirmou que interferência política no meio empresarial é um dos motivos do “baixo crescimento” e da “baixa produtividade” do País

Flávio Bolsonaro rebate crítica de Huck à ingerência política na Vale: “Fez o L”
Foto: Divulgação

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) rebateu no sábado (27) a crítica do apresentador da TV Globo Luciano Huck à “ingerência política” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Vale. “Pois é Luciano Huck, você que fez o L sabendo disso”, escreveu o senador em seu perfil no X (ex-Twítter), em referência ao símbolo agregado ao petista.

Em sua manifestação na rede social, Huck afirmou que interferência política no meio empresarial é um dos motivos do “baixo crescimento” e da “baixa produtividade” do País.

A crítica ocorreu depois de Lula tentar colocar seu ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como CEO na mineradora. O presidente recuou da decisão depois da repercussão negativa e procura agora um novo nome para ocupar o cargo.

A manifestação do senador foi equivocada, já que Luciano Huck não manifestou apoio público a Lula à presidência nas eleições de 2022, mas, comentou “orgulhoso de você”, em publicação de sua mulher, a também apresentadora Angélica, ocasião em que ela declarou voto no petista.

O site Poder 360 mostrou que o ministro Alexandre Silveira marcou reunião com o presidente do Conselho de Administração da Vale, Daniel André Stieler, para o início desta semana, podendo ocorrer em Brasília ainda nesta segunda-feira (29) ou na terça-feira (30).

O encontro terá também a participação do conselheiro da Vale, Manuel Lino da Silva, conhecido como Ollie Oliveira, que representa e lidera os independentes dentro da empresa.

Pelo cronograma, a Vale havia decidido já para a próxima sexta-feira (2 de fevereiro) uma reunião extraordinária do Conselho de Administração com o objetivo de definir quem estará no comando da mineradora, cujo presidente atual é Eduardo Bartolomeo.

Para o governo o ideal é ganhar tempo para tentar propor uma troca de comando de interesse do Palácio do Planalto, já que Lula enxerga a Vale como uma companhia essencial para ajudar a alavancar o modelo de desenvolvimento que defende para o Brasil.

Lula pretende ver a Vale atuando em áreas que considera de interesse nacional, apoiando projetos que tenham sinergia com a nova política industrial recém-anunciada.

A estratégia de Lula incomoda o mercado financeiro, já que a Vale é uma empresa de capital privado e com participação reduzida de capital estatal.

Na primeira quinzena de janeiro, a Vale perdeu R$ 8,5 bilhões em valor de mercado na parcial registrada até as 11h45 da sexta-feira (12).

O valor que era de R$ 308,5 bilhões foi reduzido para R$ 300 bilhões, com os investidores respondendo negativamente ante a possiblidade da ida de Mantega para a empresa.

Por outro lado, na sexta-feira (26), o governo Lula notificou a Vale com uma cobrança de R$ 25,7 bilhões pela renovação antecipada dos contratos das Estrada de Ferro Carajás (EFC) e Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), realizada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O valor se refere a outorgas não pagas na renovação. O documento foi enviado pelo Ministério dos Transportes.

O plano do governo é utilizar dos recursos para financiar a nova carteira de projetos ferroviários que está sendo elaborada e que deve ser divulgada ainda neste semestre, segundo o ministro dos Transportes.