Funcesi e Vale assinam convênio de mais de R$ 8 milhões para o curso de medicina em Itabira

Recursos da mineradora serão usados na compra de materiais do laboratório de habilidades e simulação realística

Funcesi e Vale assinam convênio de mais de R$ 8 milhões para o curso de medicina em Itabira
Solenidade de assinatura do convênio entre Funcesi e Vale – Foto: Divulgação/Vale
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Na manhã desta sexta-feira (2), a Funcesi e a mineradora Vale assinaram um convênio de parceria para a implementação da graduação de medicina em Itabira. A solenidade, realizada no auditório da instituição de ensino, formalizou o repasse de R$ 8,8 milhões ao centro universitário para ser aplicado na instalação e modernização do laboratório de habilidades e simulação realística do curso, recentemente aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). A iniciativa também conta com o apoio da Prefeitura Municipal e da Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano.

O repasse de R$ 8,8 milhões será dividido em duas parcelas iguais. A primeira já foi entregue  para a Funcesi com a assinatura do convênio. Já a segunda parte será liberada 30 dias após a prestação de contas do pagamento anterior, que deve ser realizada pela instituição de ensino.

“Essa parceria é extremamente importante para a Vale, pois ela vem de encontro ao fortalecimento do desenvolvimento da diversificação econômica que a gente quer aqui no município, já preparando Itabira para o pós-mineração. É uma iniciativa que nasceu junto com o grupo de discussão do Itabira Sustentável em que são desenvolvidas ações para o desenvolvimento e diversificação econômica [da cidade]”, afirmou o diretor de operações do Complexo Itabira, Daniel Daher.

Funcesi e Vale assinam convênio de mais de R$ 8 milhões para o curso de medicina em Itabira
Daniel Daher – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Já Luiz Henrique Medeiros, diretor de Territórios da Vale para Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ressaltou que a parceria para a implantação do curso de medicina em Itabira reflete os pilares de atuação social que vêm sendo desenvolvidos pela mineradora: “a Vale prevê investir prioritariamente em saúde, educação e geração de renda. É muito gratificante para a gente encontrar uma parceria dessas [para o curso de medicina], que tenta ser viabilizada há cerca de dez anos aqui no município, e a gente conseguiu encontrar uma parceira como a Funcesi que, com esse projeto, consegue abranger esses três pilares”.

“Com a criação do curso de medicina a gente vai conseguir a ajudar a transformar esse setor dentro de Itabira. Na educação, ao se tornar um polo de ensino superior, trará novos investimentos, novos moradores e trará uma nova economia. Então a gente enxerga com bons olhos esse investimento — e a parceria com a Funcesi e o município será um sucesso”, completou Luiz Henrique Medeiros.

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Luiz Henrique Medeiros – Foto: DeFato

O presidente da Funcesi, Maurício Mendes, destacou como o curso de medicina pode impactar a cidade. Segundo ele, o setor da saúde poderá se desenvolver, assim como a educação, além de se tornar um vetor para a economia local:  “Será um desenvolvimento grande para a nossa comunidade — não só Itabira, mas a região. Na saúde, contribuirá com os PSFs, os hospitais e o pronto-socorro, onde os nossos estudantes poderão fazer estágios e, depois, a residência, assim como os futuros médicos que poderão atuar aqui. Atrairemos muito conhecimento e vamos ajudar a desenvolver, paralelamente, uma indústria na área da saúde, um novo segmento que virá para Itabira. Tenho uma grande esperança de que traremos grande contribuição para a saúde e também para a diversificação econômica”.

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Maurício Mendes – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Pensando o futuro

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), comemorou a efetivação do curso de medicina na cidade e explicou que a implantação na nova graduação permitirá o desenvolvimento e fortalecimento de ao menos dois setores econômicos do município — em um processo necessário para a construção de uma Itabira pós-mineração, que levará em conta um município sustentável.

“Fortalece duas vertentes do nosso planejamento econômico para a diversificação econômica de Itabira para o pós-mineração, que é o polo universitário, que também se fortalece, e também o polo médico, que teremos estudantes, daqui a pouco residentes, seus professores e médicos atuando na rede pública de saúde do nosso município. Isso também vai de encontro com o plano de tornar Itabira macro polo de saúde, dando assistência sanitária para mais de 900 mil pessoas do Médio Piracicaba e até perto de Belo Horizonte. Então é uma construção de uma área de serviços médicos que vai se fortalecer e consolidar com o curso de medicina”, explicou Marco Antônio Lage.

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Marco Antônio Lage – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

O presidente da Câmara Municipal de Itabira, Heraldo Noronha (PTB), também ressaltou a importância do curso de medicina para que o município comece a diminuir a sua dependência da indústria mineral. “O curso de medicina em Itabira não é apenas um curso — mas é também a expansão econômica do município. Sabemos que essa gradução vai gerar empregos e vai ajudar a gerar empreendimentos na área da saúde. E esperamos que não pare por aí: que possamos levar também o curso de medicina para a Unifei, além de trazer mais e mais cursos para Itabira”, avaliou.

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Heraldo Noronha – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Acesso ao ensino

Presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região e membro do conselho de administração da Vale, André Viana defendeu a importância de se desenvolver políticas públicas e iniciativas para que itabiranos de baixa renda também possam ter acesso ao curso de medicina que agora será ofertado pela Funcesi. Para ele, é necessário criar mecanismos para concessão de bolsas ou parcerias com a classe empresarial para que possam viabilizar maior acesso à graduação universitária.

“É um importante passo para desencadear mais um veio em Itabira para alcançar a independência e a diversificação econômica da cidade. O passo inicial foi dado, mas não podemos ficar no passo inicial. O curso de medicina tem um valor muito alto e cabe continuarmos lutando para fornecer bolsas, fomentar parcerias — via Vale, empresas parcerias e governos federal, estadual e municipal — para trazermos o valor social para o curso e dar acesso aos alunos das comunidades carentes”, afirmou André Viana.

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André Viana – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Luta antiga

Devido ao esforço do então bispo Dom Mário Teixeira Gurgel, a Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi) foi fundada em 1993, tendo como instituidores a Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores, a Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano e a mineradora Vale. Desde então, a instituição vem atuando para desenvolver a educação no município — inclusive, com um trabalho de mais de dez anos para viabilizar o curso de medicina na cidade.

“A igreja sempre preocupada com a educação, pois sabemos que a educação promove a cultura e o desenvolvimento social. A vinda desse curso de medicina, sem dúvida alguma, é uma motivo de alegria para todos nós, pois sabemos que ele contribuirá para a diversificação econômica da cidade e trará desenvolvimento para toda a comunidade”, avaliou o padre Adriano Mendes, representante da Diocese na solenidade desta sexta-feira.

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Padre Adriano Mendes – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Já para Silvério Bragança, primeiro presidente da Funcesi, a universidade segue integrada à comunidade e se envolvendo em suas demandas. Ele também defende a importância do curso de medicina para o desenvolvimento do setor médico-hospitalar de Itabira e região. “Itabira está caminhando para ser um polo de educação e também de saúde. Nós temos o HNSD, que é equipado tecnologicamente e tem profissionais capacitados, temos também o Hospital Carlos Chagas, que cumpre o papel social dele no atendimento ao SUS. Agora, o recurso humano é muito difícil na área de saúde, então com o curso de medicina teremos esses profissionais sendo formado aqui”, disse.

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Silvério Bragança – Foto: DeFato