Funcionários da Caixa paralisam serviço por 24 horas em todo o país
Em Itabira, os serviços do banco funcionaram normalmente. Porém, diversos estados brasileiros aderiram à greve
Funcionários da Caixa Econômica Federal fazem, nessa terça-feira (27), uma paralisação de 24 horas. A informação é do Sindicato dos Bancários do estado de São Paulo. O protesto é contra ações do governo federal na gestão do banco. Assim, o estado de greve foi deliberado em assembleia na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A entidade acredita que deve haver uma adesão nacional.
A paralisação acontece devido a abertura de capital da Caixa Seguridade. Vale destacar que o sindicato é contra a venda dessas ações, bem como exige o pagamento integral da PLR Social. Segundo o sindicato, o benefício não foi pago corretamente. Eles ainda defendem uma maior proteção contra a Covid-19 nas agências, o que significa incluir os empregados da linha de frente no grupo prioritário da vacina.
Sobre a paralisação
O Sindicato dos Bancários recomendou aos funcionários da Caixa que não compareçam às agências hoje. Para quem segue em home office, a recomendação foi não fazer login no sistema do banco. Nas redes sociais, a entidade publicou fotos de diversas agências fechadas na capital paulista.
O portal DeFato entrou em contato com a gerência regional da Caixa Econômica Federal para se certificar como fica o funcionamento das agências em Itabira e nas cidades da região. Por meio de uma nota curta, enviada por e-mail, o banco disse o seguinte:
“A Caixa informa que manteve o atendimento à população regularmente nesta terça-feira (27). Até 13 horas, o banco registrou cerca de 400 mil atendimentos em agências físicas, mais de 6 milhões de transações em caixas eletrônicos e 12 milhões de transações na rede lotérica. A Caixa realizou ainda o pagamento dos beneficiários do Bolsa Família com NIS final 7 e o crédito dos nascidos em outubro do Auxílio Emergencial. Assim, a Caixa se orgulha de seguir na linha de frente da maior operação de pagamentos a beneficiários no país”.
60% dos funcionários trabalhando
O Sindicato dos Bancários de São Paulo acusa o banco de, ao invés de estabelecer uma linha de negociação, acionar a justiça para impedir a realização da greve. Assim, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maurício Godinho Delgado, concedeu liminar para que 60% dos empregados da Caixa continuem trabalhando em meio a greve. Em caso de descumprimento, a multa prevista é de R$ 100 mil.
Delgado diz que a medida é necessária para evitar prejuízos ao pagamento do auxílio emergencial e ao atendimento à população sem acesso ao aplicativo do banco e à internet banking. Em pedido ao TST, a Caixa alegou que os sindicatos não atenderam aos requisitos da Lei da Greve e que a manifestação tem natureza político-ideológica.
Porém, no entendimento do ministro, a categoria cumpriu as diretrizes da lei por ter convocado os trabalhadores a partir de um edital e realizado uma comunicação prévia com antecedência mínima de 72 horas. Em publicação no site oficial, o sindicato diz que “acata a determinação e exige que a Direção da Caixa Econômica Federal também o faça, respeitando o percentual de 40% dos seus trabalhadores bancários que têm o direito constitucional de paralisar suas atividades”.
Por fim, o Sindicato também fala sobre a importância do reconhecimento dos funcionários da instituição e o reconhecimento de seus esforços durante a pandemia do novo coronavírus.
“Importante enfatizar que, em 2020, os empregados atenderam mais da metade da população brasileira, demonstrando ser a Caixa imprescindível como banco público e primordial em sua ação social. No ano passado, mais de 120 milhões de brasileiros recorreram à Caixa – principal banco público do País – em busca do auxílio emergencial, seguro desemprego e para saques do FGTS. Defender a Caixa, como banco público, passa também pelo reconhecimento de seus empregados e pela defesa de melhores condições de trabalho para estes trabalhadores.”