Fundação Israel Pinheiro alega tentativa de intimidação por parte da Vale após registro de boletim de ocorrência; entenda

Desde a manhã desta sexta-feira, a DeFato vem solicitando um posicionamento à assessoria de comunicação da Vale, que não respondeu aos questionamentos

Fundação Israel Pinheiro alega tentativa de intimidação por parte da Vale após registro de boletim de ocorrência; entenda
Foto: Enviada por WhatsApp por morador do bairro Bela Vista
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A mineradora Vale registrou um boletim de ocorrência contra a Fundação Israel Pinheiro (FIP). A informação foi confirmada nesta sexta-feira (10) e o motivo para essa medida teria sido uma possível invasão de propriedade privada por agentes da FIP, instituição responsável pela Assessoria Técnica Independente (ATI) aos moradores do entorno do Sistema Pontal, em Itabira, que está passando por obras de descomissionamento de barragens e diques.

Para a FIP, o registro do boletim de ocorrência por parte da Vale é uma tentativa de intimidação aos trabalhos da entidade e, apesar disso, seguirá fazendo ‘‘o que for justo e necessário para os moradores’’. Ainda de acordo com a Fundação Israel Pinheiro, o caso aconteceu em outubro, quando a entidade esteve próxima às áreas de demolição realizada pela Vale após ter sido acionada por um morador do bairro Bela Vista.

O homem ligou para os agentes da FIP quando grandes máquinas da Vale começaram a demolição de uma casa vizinha, a poucos centímetros da sua residência, causando tremores, barulho, rachaduras e outros problemas. O rapaz, inclusive, há tempos aguarda uma resolução a respeito do processo particular da negociação do terreno em que vive. 

Os representantes da FIP foram até a residência, redigiram um laudo e fizeram registros fotográficos em uma área que não estava cercada. Outra questão apontada e registrada pela entidade dá conta de que vândalos estão furtando itens nas residências esvaziadas. A situação foi categorizada como caótica, com agentes sendo solicitados a todo momento. Após colher as denúncias, a fundação encaminhou os laudos ao Ministério Público. 

‘‘Não vamos dizer amedrontar, mas [foi uma forma de] atrapalhar nosso trabalho, de tumultuar, de querer buscar coisas onde não existem. Mas a gente não vai se calar, e onde eles [moradores] solicitarem a nossa presença, nós vamos estar presentes. É o nosso papel, é o papel da assessoria técnica.’’ 

Desde a manhã desta sexta-feira (10), a DeFato vem fazendo contatos com a assessoria de comunicação da Vale. No entanto, após solicitar a extensão do prazo para posicionamento, a mineradora não enviou nenhum comunicado oficial sobre o assunto.