Gabriel Quintão pede ‘compreensão e paciência’ de servidores para a finalização do Plano de Cargos e Carreiras
A próxima quinta-feira (22) será o prazo final para a Prefeitura realizar toda análise jurídica e econômica, além de receber todas as reivindicações das classes
Na tarde desta terça-feira (20), servidores públicos de nível superior de diversas áreas estiveram reunidos na Funcesi – local onde os setores da Prefeitura estão instalados provisoriamente até que as obras do paço municipal sejam concluídas – para fazer reivindicações ao governo municipal na elaboração do tão esperado Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV). O secretário municipal de Administração, Gabriel Quintão, foi de encontro aos profissionais e pediu ‘compreensão e paciência’, para que a Prefeitura consiga finalizar a minuta do Plano e possa apresentá-la ao Sindicato dos Trabalhadores Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sintsepmi) na próxima quinta-feira (22).
Entre as reclamações e reivindicações, os servidores consideram o atual Plano defasado, alegam que o modelo não possui determinados cargos – como por exemplo, no setor da assistência social – e clamam por progressão salarial e construção de carreira.
Segundo Gabriel Quintão, a atual gestão da Prefeitura está ‘‘tendo que corrigir questões que há mais de quinze, vinte e trinta anos não foram discutidas e resolvidas’’, se reunindo com as categorias e colhendo as reivindicações dos servidores para o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
Para o secretário, o prazo está postergando pois quando há um avanço, a Prefeitura necessita voltar e discutir diversos pontos. Ainda de acordo com Gabriel, já foi definido junto ao Sintsepmi que a próxima quinta-feira (22) será o prazo final para a Prefeitura realizar toda análise jurídica e econômica, além de receber todas as reivindicações das classes em um único documento. ‘‘A gente precisa de unidade, que as coisas cheguem de forma única’’.
‘‘Sei que é muito difícil pedir compreensão e paciência para quem está há tantos anos esperando, me coloco no lugar de vocês. O prefeito determinou que trate como prioridade. Falei isso outro dia e pedi calma para quem está há mais de quinze, dez, vinte anos esperando um plano. É difícil, mas a gente tem que ter responsabilidade pra fazer […] Então peço com muita sinceridade e muita transparência que nos dê até quinta-feira pra gente poder dar um retorno pra todos vocês.’’
Servidora pública desde 1991, Glória Menezes foi aprovada no primeiro concurso público após a promulgação da constituição federal. Na época, ela entrou com uma jornada diária de 4 horas de trabalho, que logo em seguida foi aumentada para 6h, sem nenhuma compensação financeira e proporcionalidade salarial. Ao se direcionar ao secretário municipal, Glória afirmou que ‘‘esse alijamento de direitos já é antigo na Prefeitura’’, e finalizou dizendo:
‘‘Acho que eu tenho mais tempo de carreira do que muitos de vida. Só queria que vocês levassem essa lembrança, ao ler todo esse conteúdo de mais de setecentas páginas, de qual tem sido a nossa história.’’
A psicóloga Graziele Vieira Cachapuz Machado, avaliou como positiva e respeitosa a recepção do governo municipal, mas espera que o diálogo continue aberto. Na visão da servidora, as reivindicações dos profissionais de nível superior não se dão por retorno individual, mas por incentivo e valorização dos trabalhadores.
‘‘A gente precisa de isonomia e que tenhamos uma oferta transparente e que dê condições do trabalhador ser valorizado e respeitado […] Os enfermeiros através de muita luta e uma luta histórica conseguiram o piso salarial E ali naquele momento, o pessoal da odontologia também foi contemplado com o piso. A gente não conseguiu entender qual que foi o critério que permitiu uma categoria ser beneficiada com o piso de outra categoria. Então se é possível que o piso seja pago para uns, a gente pede que o piso seja pago para todos’’
Servidores temem perseguição de chefias
No final do encontro, Graziele mencionou que diversos servidores sinalizaram estar preocupados com perseguições de chefias e solicitou que o secretário e a Prefeitura garantissem que não haverá represálias aqueles trabalhadores que reivindicarem melhorias.
‘‘Algumas pessoas demonstraram preocupação e angústia de estar aqui hoje, lutando por algo que é muito caro. A gente não está lutando só por salário, estamos lutando por uma condição e garantia para oferta de trabalho adequado […] Historicamente, a gente tem muito medo de assédio na Prefeitura’’.
‘‘Saibam que da nossa parte sempre estaremos abertos a discussões respeitosas, tranquilas e pacíficas como a gente tá fazendo aqui’’, garantiu o secretário, que em seguida firmou o compromisso de retornar à classe sobre as definições do encontro com o Sintsepmi, agendando um novo encontro.