Gamer profissional pode ter sido assassinada com faca e espada
Crime aconteceu em Pirituba, em São Paulo e investigação aponta que assassino tentou degolar a vítima

O Ministério Público (MP) denunciou à Justiça, nesta quinta-feira (25), o estudante Guilherme Alves Costa, de 18 anos, pelo assassinato da jogadora profissional de games Ingrid Oliveira Bueno da Silva, de 19 anos. O crime aconteceu na última segunda-feira (22), na casa dele, em Pirituba, São Paulo.
A Promotoria pediu a realização de um exame de insanidade mental no jovem, que está preso preventivamente após confessar o crime. De acordo com a acusação, ele usou uma faca e uma espada para matar Ingrid. O promotor acusa Guilherme por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e meio cruel.
O motivo do assassinato ainda é investigado pela Polícia Civil. A suspeita é a de que o crime tenha sido premeditado. Apesar de ter se mantido em silêncio durante o interrogatório, Guilherme havia gravado um vídeo e compartilhado com outras pessoas pelo whatsapp para mostrar o crime que havia acabado de cometer.
Guilherme ainda confessou o assassinato numa filmagem feita por policiais que o prenderam em flagrante. Quando perguntado por uma policial se ele tinha consciência do que tinha feito, o rapaz disse entender a gravidade do que fez. Ao perguntar o motivo, ele se limitou a responder: “Eu quis fazer isso”.
Investigação
De acordo com policiais, Guilherme é conhecido como Flash Asmodeus no meio dos games. Ingrid, conhecida como Sol, jogava profissionalmente como gamer. O assassino e a vítima se conheceram pela internet, havia um mês.
Segundo a polícia, Ingrid foi encontrada morta a facadas depois de ter ido à casa de Guilherme. Os investigadores que apuram os motivos do crime querem saber, entre outras coisas, se os dois tinham algum relacionamento, se namoravam e se o assassinato foi planejado.
Durante sua confissão, Guilherme afirmou aos policiais que escreveu um livro de 52 páginas para explicar os objetivos do crime. A polícia conseguiu uma cópia do suposto livro que foi anexada ao inquérito. Segundo o boletim de ocorrência, após ferir a vítima, o estudante fugiu.
O irmão do suspeito contou que chegou em casa e encontrou a jovem já desmaiada e disse à polícia que não a conhecia. Ele também chegou a falar para a polícia que, para o estudante, Ingrid “teria atravessado seu caminho” e por isso a matou.
Depois do crime, Guilherme contou aos seus familiares que iria cometer suicídio, mas seu irmão conseguiu convencê-lo a se entregar. Cerca de 30 minutos após o crime, o autor compareceu ao 87º Distrito Policial (DP), Vila Pereira Barreto.
Os familiares da vítima não souberam dizer se a menina namorava o suspeito. O celular de Guilherme foi apreendido e foram solicitados exames periciais.
Sobre a vítima
Ingrid jogava profissionalmente o jogo “Call of Duty: Mobile”, pelo time FBI E-Sports, um jogo de tiro para celulares. Guilherme jogava em outro time, o Gamers Elite, e a suspeita da polícia é a de que eles se conheceram durante partidas do game online.
“Ela ingressou no nosso esquadrão de meninas e fez muita amizade com os rapazes da line Black Stars, onde ela ficou até o seu final. Ela era uma excelente jogadora, tinha um espaço em nossos corações. Era uma pessoa extraordinária, sempre nos motivando e acreditando. A ligação dela com todos os membros era super boa, super respeitosa, amistosa e educadíssima. Dedicamos a ela nosso respeito máximo, e à família dela, nossos sentimentos e nossas condolências”.
Em nota, a Gamers Elite informou que o suspeito enviou um vídeo com imagens da jovem morta no grupo da organização. Os responsáveis afirmaram que as devidas foram acionada e pediram para que os integrantes do grupo não compartilhassem o vídeo. A organização diz ainda que nunca viu o jogador pessoalmente e que “não compactua com qualquer criminoso de nenhum modo e jamais irá compactuar ou fazer apologias ao mesmo”.