Gerdau em Barão de Cocais: sindicatos vão ao Ministério Público do Trabalho pela continuidade da usina
“Nós conseguimos colocar na ata que os representantes da Gerdau levassem a reivindicação do sindicato”, alegou membro da CSP Conlutas
Em uma reunião no Ministério Público do Trabalho, em Coronel Fabriciano, o Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais e a Central Sindical e Popular Conlutas (CSP Conlutas) reivindicaram à Gerdau a manutenção de trabalhadores e a continuidade do funcionamento da usina que foi paralisada em Barão de Cocais.
Segundo o membro da CSP Conlutas Aldiério Pereira, a Gerdau de Barão de Cocais recebeu a reivindicação de trabalhadores. “Nós conseguimos colocar na ata que os representantes da Gerdau levassem a reivindicação do sindicato, que é a manutenção dos postos de trabalho e a continuidade do funcionamento da unidade da Gerdau em Barão de Cocais”, afirmou o sindicalista.
Procurada pela DeFato, a Gerdau afirmou não haver atualizações sobre o caso. Questionada sobre as alegações feitas pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais, Elizeu Santa Cruz, a mineradora também alegou não haver informações como o número de exato de trabalhadores que já foram demitidos e condutas que o sindicato desaprovou.
Até o momento, a Gerdau somente confirma a continuidade da hibernação e mantém o seguinte posicionamento oficial:
“A Gerdau confirma que ontem, 27 de maio (segunda-feira), implementou a hibernação da unidade de Barão de Cocais o que resultará na paralisação da operação na usina. A decisão é resultado de uma profunda análise da competitividade da planta, face às condições do mercado de aço no Brasil. Os custos elevados de matérias-primas e a insuficiência da produção de minério de ferro próprio, em Minas Gerais, somados à uma estrutura com menor nível de atualização tecnológica da usina, estão afetando diretamente a competitividade da unidade frente ao cenário desafiador do setor. A medida está em linha com o planejamento estratégico da companhia de otimização dos seus ativos.
A companhia está empenhada em conduzir esse processo de forma humanizada para minimizar o impacto para o público interno e comunidades vizinhas. A empresa buscará a realocação do máximo de colaboradores em outras unidades, além de oferecer programas de capacitação na área industrial para os profissionais e gestão com foco no empreendedorismo para a comunidade.A Gerdau reforça o seu compromisso com os colaboradores, as colaboradoras, a sociedade e segue com a manutenção de um diálogo aberto e transparente com todas as partes interessadas. A Gerdau ressalta ainda que o atendimento aos clientes se manterá inalterado”.
Entenda o caso
A mineradora e siderúrgica Gerdau anunciou a paralisação de suas atividades na usina de Barão de Cocais no dia 27 de maio. O comunicado foi feito de maneira repentina a funcionários, à prefeitura de Barão de Cocais e à imprensa. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais, uma demissão em massa afetará 487 trabalhadores da usina.
Em um vídeo divulgado ainda na segunda-feira (27), pelo Instagram, o prefeito Décio dos Santos informou que recebeu representantes da mineradora e expressou sua insatisfação com a interrupção das atividades e pela a maneira como ela foi feita.
O comunicado oficial da Gerdau buscava justificar a hibernação por uma suposta baixa condição de competir com outras empresas nesta produção devido aos altos custos de matérias-primas, à insuficiência da produção de ferro próprio em Minas Gerais e a uma falta de atualização tecnológica da usina em Barão de Cocais.