Gleise Hoffmann rebate Pacheco e defende reeleição para presidente da República

A presidente do PT defende que acabar com a reeleição presidencial é um “retrocesso para a democracia”

Gleise Hoffmann rebate Pacheco e defende reeleição para presidente da República
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleise Hoffmann (PT-PR), criticou no domingo (17) a ideia de extinguir a reeleição para presidente da República, conforme pretendo o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Gleisi disse que a lei, promulgada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso em 1997, foi criada para beneficiar “tucanos” e foi apoiada pelas elites. O próprio FHC fez um mea-culpa em 2000 e admitiu que a medida foi “historicamente um erro”.

Mesmo com esse entendimento, a presidente do PT defende que acabar com a reeleição presidencial é um “retrocesso para a democracia”. “Mesmo que seja para valer só a partir de 2030, a proposta para acabar com a reeleição de presidentes é oportunista e representa um retrocesso na representação democrática da maioria da população”, disse Gleise nas redes sociais.

Recentemente, Rodrigo Pacheco demonstrou a vontade de pautar o fim da possibilidade de recondução à Presidência. Gleise alega que a reeleição “só virou um problema” a partir dos governos petistas. A primeira gestão petista veio a seguir do governo FHC.

Gleise vai além: “Desde o golpe contra Dilma Rousseff, os poderes da Presidência vêm sendo reduzidos e até usurpados pelo Congresso, especialmente na execução do Orçamento, que favorece a reeleição da maioria conservadora, em detrimento dos interesses do país”, disse em referência ao processo de impeachment e em mais uma crítica ao chamado “Centrão”.

Pacheco tem deixado claro que pretende debater a instituição de mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e sugeriu que outra pauta possível na Casa é a da reeleição para presidente da República.

“Vamos discutir a instituição da reeleição no Brasil, a coincidência das eleições, eventualmente passar de quatro anos para cinco sem reeleição. São ideias postas que atingem o Poder Executivo, mas que também não são uma afronta. São reflexões e deliberações, que é papel do Congresso fazer”, explicou.

O Congresso, na atual gestão, tem entrado em confronto de ideias com o STF, como nas discussõoes sobre o aborto e marco temporal sobre demarcação das terras indígenas.

Em 2007, o próprio Lula, em seu segundo mandato, defendeu o fim da reeleição, enquanto o Congresso discutia uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema.