Governo Pinóquio não assegura sequer carne moída na mesa de quem mais precisa

Levantamento da Folha demonstra que, das 103 promessas de Lula, 22% estão paradas, 25% estão em ritmo lento e somente 32% em andamento

Governo Pinóquio não assegura sequer carne moída na mesa de quem mais precisa
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Dezesseis meses após “vencer” o pleito eleitoral de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), imposto à população brasileira na Presidência da República, tem sido comparado, cada dia mais, ao personagem Pinóquio, o boneco de madeira que, a cada mentira falada, seu nariz de pau se alongava. Lula não tem só o nariz de pau; ele é todo cara de pau!

Diversas foram as promessas de campanha do então candidato ao Palácio do Planalto e que, até agora, só 20% delas estão efetivamente concluídas. Uma análise detalhada feita pela Folha de São Paulo demonstra que, das 103 promessas catalogadas, 22% delas se encontram paradas, 25% estão em rítmo lento e somente 32% delas estão estão em andamento.

Os dados constam do programa de governo do petista, das propagandas eleitorais, da carta de compromissos lançada em 27 de outubro de 2022 e de entrevistas à imprensa. Suas propostas abrangeriam as áreas de economia, agricultura, educação, saúde e segurança pública, além de questões políticas, como a organização de ministérios.

Uma das mais significativas promessas de Lula e não cumprida, diz respeito a tirar o Brasil do Mapa da Fome (está em seu plano de governo): “Trabalharemos de forma incansável até que todos os brasileiros e brasileiras tenham novamente direito ao menos a três refeições de qualidade por dia. Compromisso de produzir e garantir comida para 33 milhões de pessoas e tira o brasil, mais uma vez, do mapa da fome”.

Em mais uma das suas bravatas, falando a jornalistas, no último dia 23, o presidente pilheriou sobre a promessa de que o brasileiro voltaria a poder comer picanha e disse: “Eu não me esqueci da cervejinha e da picanha. Tudo isso está no nosso programa”, disse.

Ora, presidente, sua promessa será cumprida no quarto ano do seu mandato, com mais uma promessa aos incautos que acreditam no seu blá, blá, blá? A fome não espera, ela dói na barriga de ao menos 33 milhões de brasileiros em situação de miséria, homens, mulheres, crianças.

O jornal O Globo, de 15 de março de 2024, traz uma reportagem em que “a alta dos preços de alimentos virou preocupação do governo federal, em razão do potencial de desgaste que pode provocar na popularidade de Lula”, já em acentuada queda.

Pesquisa do instituto Quaest mostra que, para 38% da população brasileira, a economia piorou nos últimos 12 meses, um aumento de sete pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, de dezembro de 2023 e 73% apontaram alta no preço dos alimentos.

Na mesma matéria de O Globo, a confirmação de que os preços dos alimentos consumidos nos lares vêm subindo acima da inflação desde outubro do ano passado. Em janeiro e fevereiro, a alta foi de 2,95%, mais que o dobro do IPCA, índice oficial de inflação deste ano.

Na campanha em que “supostamente” venceu Bolsonaro nas urnas, Lula usou do artifício de criticar o preço dos alimentos para desgastar o adversário, hoje, vê-se que o falastrão não consegue esconder a realidade das suas promessas vazias, com os alimentos a preços impossíveis de chegarem às mesas das famílias mais necessitadas.

Em 7 de março de 2024, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou que entre janeiro e fevereiro de 2024, 11 dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram um aumento nos preços médios: feijão carioquinha (7,68%), batata (6,45%), arroz agulhinha (3,58%), banana (3,40%), leite integral ( 2,91%), carne bovina de primeira (1,30), óleo de soja (1,23%), café em pó ( 1,18%), açúcar refinado(0,66%), manteiga ( 0,37%) e pão francês (0,17%).

Em fevereiro de 2024, como exemplo, um trabalhador paulista remunerado com o salário mínimo de R$ 1.412,00 precisou trabalhar 125 horas e 57 minutos para adquirir a cesta básica.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador comprometeu, em fevereiro de 2024, 61,89% de sua remuneração para adquirir a cesta básica, que é suficiente para alimentar somente um adulto durante um mês.

Como se percebe, o presidente falastrão terá que trabalhar muito para convencer seus fiéis eleitores a votarem novamente nele.

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

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