Grupo de Barão de Cocais busca conscientizar a população sobre a pessoa com deficiência

Abraçar as famílias e tutores de pessoas com multideficiências é um dos fatores cruciais do movimento

Grupo de Barão de Cocais busca conscientizar a população sobre a pessoa com deficiência
Foto: Arquivo Pessoal

Pensar em inclusão é refletir sobre a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro. Pensar em inclusão é se permitir compreender o privilégio de conviver e compartilhar momentos, histórias e sentimentos com pessoas diferentes de nós. Pensar em inclusão é acolher.

E foi justamente pensando em inclusão que, em 2018, na cidade de Barão de Cocais, nasceu o grupo Unidos por Equidade. Um movimento constituído por pais de crianças especiais, que surgiu com a proposta de retomar, na cidade, o Atendimento Educacional Especializado (AEE).

O Movimento Unidos por Equidade começou com poucos pais, mas, à medida que foi ganhando visibilidade, outras famílias buscaram fazer parte do grupo. Além de acolhimento, muitos dos responsáveis entram para o movimento para entender e garantir os direitos dos seus filhos.

Abraçar as famílias e tutores de pessoas com multideficiências é um dos fatores cruciais do movimento, que – com cada vez mais reforços – procura inteirar a população sobre inclusão. A mãe atípica, conforme referida pelo grupo, Celina Jorge, contou sobre como o grupo mudou sua vida.

“Do fundo do coração, sei que todos estão passando por momentos difíceis, mas, no meu caso, esse grupo veio quando me sentia perdida e sem rumo. Por tantas coisas que tenho passado, às vezes tenho sensação de impotência; e com o grupo foi como se eu tivesse sido abraçada por alguém. Muitas mães chegam assim. Sem esperança, uma luta solitária e aí vai uma bagagem de questões individuais”, relatou.

Quem também não esconde sua gratidão pelo grupo é a também mãe atípica, Graziele Santos:

“O que mudou é que agora estamos sendo ouvidos e podemos entender os direitos e correr atrás. O mais importante é que o movimento Unidos por Equidade acolhe todas as deficiências e, assim, lutamos juntos pela causa”, ponderou.

Debora Alves é uma das integrantes do movimento, e foi acolhida pelo grupo logo quando o filho foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Hoje, ela leva adiante a mesma esperança recebida ao descobrir o grupo.

“Através do projeto buscamos conscientizar a população sobre a pessoa com deficiência. E, para isso, aproveitamos as datas já estipuladas no calendário sazonal. Tanto no cenário nacional, quanto internacional”, pontuou.

Debora também nos contou que a luta do grupo se deu diante da dificuldade de buscar, junto ao poder público, a garantia dos direitos das pessoas com necessidades especiais. “A solução que encontramos foi ir atrás do poder privado. Foi assim que o grupo ficou mais forte e começou a se consolidar. Assim realizamos campanhas de conscientização sobre as deficiências utilizando redes sociais, rádio e jornais”, disse.

Dois de abril

A Organização das Nações Unidas (ONU), no fim de 2007, definiu o dia 2 de abril o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Levando isso em consideração, o movimento Unidos por Equidade preparou um vídeo que será usado para inteirar as pessoas sobre o que é o TEA.

“No mês de abril vamos falar sobre o Autismo e o empoderamento dos pais, para representarem, dar voz e suporte aos filhos. Buscando tratamentos terapêuticos (psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapias, equidade na educação). Através desse material audiovisual, explicamos que o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as áreas da comunicação, interação social, comportamento e interesses. Mas, também, que não tem cara, não é doença, não é contagioso”, contou Debora.

“Precisamos mostrar que o Autismo se manifesta em diferentes graus e com diferentes características. Esta ação se faz necessária para melhorias na saúde, educação, humanização desses espaços e conscientização de pessoas e de vários setores aos quais como cidadãos temos acesso”, concluiu.

Interessados em conhecer o grupo Unidos por Equidade, bem como apoiar ou buscar um acolhimento, podem conferir um pouco mais sobre o trabalho deles no Instagram ou através do e-mail: [email protected].