“Uma cidade com 300 anos não pode perder sua história no tempo”, diz prefeito em reabertura do Museu de Itabira

Fechado por seis anos, o Museu de Itabira foi oficialmente reaberto na noite desse sábado, 29 de setembro, dentro da programação da Semana do Turismo e da Música. Totalmente reformado, o imóvel guarda relíquias que ajudam a contar a história tricentenária do município, especialmente com artefatos antigos da mineração. Outra atração é uma exposição sobre […]

“Uma cidade com 300 anos não pode perder sua história no tempo”, diz prefeito em reabertura do Museu de Itabira
Museu de Itabira foi reaberto – Foto: Rodrigo Andrade/DeFato|Museu de Itabira volta a funcionar após seis anos fechado – Foto: Rodrigo Andrade/DeFato|Maria do Carmo Brescia

Fechado por seis anos, o Museu de Itabira foi oficialmente reaberto na noite desse sábado, 29 de setembro, dentro da programação da Semana do Turismo e da Música. Totalmente reformado, o imóvel guarda relíquias que ajudam a contar a história tricentenária do município, especialmente com artefatos antigos da mineração. Outra atração é uma exposição sobre a artista Elke Maravilha, inédita no Brasil, e que permanece em Itabira até janeiro de 2019.

Em breve solenidade, os personagens do ato de reabertura do museu destacaram a importância da preservação da memória de um povo. O prefeito Ronaldo Magalhães afirmou que uma trajetória rica e tão cheia de detalhes como é a de Itabira não pode ficar perdida. “Eu, como prefeito de uma cidade com 300 anos de história, não podia deixar que tudo o que foi construído no passado, se perdesse no tempo”, afirmou.

Museu de Itabira volta a funcionar após seis anos fechado – Foto: Rodrigo Andrade/DeFato

A atual administração encontrou o imóvel que abriga o museu, na praça do Centenário, deteriorado. A reforma durou quase um ano e abordou tanto a estrutura quanto a recuperação do acervo. Os trabalhos focaram em vários pontos de madeira, como janelas, esquadrias, e piso, da pintura geral e descupinização do local e o fortalecimento de três pilares com graves avarias. Outro problema identificado foi a troca aleatória do forro original saia-e-camisa do salão principal, por um de madeira comum, ação que descaracterizou o prédio histórico.

“Há mais de um ano estamos trabalhando para resgatar uma memória que estava deixada de lado e foi uma soma de esforços que possibilitou a entrega deste maravilhoso patrimônio à comunidade, que se sentia frustrada com um importante monumento fechado”, destacou José Don Carlos Alves Santos, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo (SMDECTIT). “Acima de tudo é um espaço que vai atrair turistas e mostra o nosso potencial para gerar emprego e renda”, completou.

Homenagem à Elke

Elke Georgievna Grunnupp nasceu na Rússia, mas veio ainda muito nova para o Brasil junto dos pais. A família se instalou em um sítio no distrito de Ipoema, em Itabira, onde a artista, que depois passaria a ser conhecida como Elke Maravilha, viveu parte de sua infância. Roupas extravagantes, adornos exagerados e maquiagens fortes sempre foram suas marcas registradas.

E os itabiranos poderão ver de perto parte do acervo da artistas, expostos pela primeira vez no Brasil desde que Elke faleceu, em 2016. A exposição “Uma Maravilha Itabirana: Elke” mostra roupas, acessórios, objetos pessoais e fotos da artista na parte superior do Museu. As visitações podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 9 às 18 horas; sábado, domingo e feriado, das 10h30 às 16h30.

Durante a primeira semana da exposição, entre os dias 1º e 7 de outubro, Francisca Grunnupp, irmã de Elke, guiará os visitantes para detalhar um pouco mais as histórias de cada peça. Presente na abertura do Museu, a organizadora do acervo contou um pouco da relação dos Grunnupp com Itabira e disse que a cidade “sempre foi âncora para família no Brasil”.

“A nossa família começou aqui e a nossa ligação com Itabira vai muito além deste plano. Depois de sua morte, resolvemos dar um sentido ao que ela (Elke) fez e viveu”, justificou Francisca, que fez questão de ressaltar o ineditismo da exposição e a escolha de Itabira para iniciar o circuito.

O primeiro fotógrafo

Outra atração do Museu de Itabira neste período pós-reforma é uma sala em homenagem ao fotógrafo itabirano Miguel Brescia, o primeiro a exercer essa atividade no município. No espaço há fotos antigas da cidade registradas pelo profissional e um comparativo de como está este mesmo cenário atualmente. Também é possível ouvir o fotógrafo em um equipamento multimídia.

Filha de Miguel, Maria do Carmo Brescia Fonseca, agradeceu à homenagem ao pai. Em discurso na solenidade de inauguração, ela defendeu a conservação da memória e dos feitos de personagens do passado. Em clara referência ao que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, com o Museu Nacional, Carminha, como é conhecida, pediu que os governantes locais “não deixe a história de Itabira virar cinzas”.

Agenda cheia

A reabertura do Museu de Itabira foi o ponto alto de uma noite de sábado movimentada na Praça do Centenário. Antes da solenidade, houve palestra com o romancista e ensaísta Rui Mourão, ex-diretor do gigante Museu da Inconfidência (Ouro Preto/MG), na parte inferior do prédio.

Depois da reabertura, os Drummonzinhos se apresentaram no palco montado em frente ao Museu. Logo em seguida, a programação foi encerrada pelo músico Mauro Silva, com a seresta “Itabira ao Luar”. O violinista, conhecido pelo seu trabalho junto ao tradicional espetáculo “Minas ao Luar”, fez os itabiranos dançarem com clássicos do chorinho e da MPB.