Lançamento de livro artesanal de poesias abre a semana dedicada a Drummond em Itabira

A noite da última quarta- feira, 24 de outubro, foi marcada por música, poesia e memória. Em comemoração aos 90 anos da primeira publicação do poema “No meio do caminho”, a Associação de Amigos do Memorial Carlos Drummond de Andrade reuniu amantes da poesia, e do poeta, em evento que deu início ao 2° Festival […]

Lançamento de livro artesanal de poesias abre a semana dedicada a Drummond em Itabira
|Foto: Simão Kursseldorff|Foto: Simão Kursseldorff|Foto: Simão Kursseldorff|Foto: Simão Kursseldorff|Foto: Simão Kursseldorff

A noite da última quarta- feira, 24 de outubro, foi marcada por música, poesia e memória. Em comemoração aos 90 anos da primeira publicação do poema “No meio do caminho”, a Associação de Amigos do Memorial Carlos Drummond de Andrade reuniu amantes da poesia, e do poeta, em evento que deu início ao 2° Festival Drummond e à 17° Semana Drummondiana.

Na oportunidade, o escritor natural de João Monlevade, Wir Caetano, lançou o seu livro de poemas “Essa Substância Chamada Infinito” e recebeu homenagens de amigos e leitores. A obra é uma produção alternativa e independente da Editora Cartoneira Clãdestina e teve todo o seu processo de elaboração artesanal, com papel e papelão. Gago, Wir contou que um dos poemas de seu livro, “Corpo estranho”, que trata da relação entre corpo e voz, foi em parte inspirado em seu problema com a fala, que ele considera ‘uma pedra no caminho’”

Wir é de João Monlevade, mas tem grande carinho por Itabira- Foto: Simão Kursseldorff

Fazendo referências à obra, o poeta descreveu as temáticas que permearam os versos como a violência, o caos político e os “complexos labirintos dos afetos”  também fazem parte dos versos. Sobre a materialidade do livro, Wir o considerou a produção em papelão reaproveitado uma estratégia na “guerrilha cultural em um mundo puramente bruto”.

Na solenidade, a superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Martha Mousinho, ressaltou sobre a importância de eventos como esses para a cidade na fomentação do orgulho em ser conterrâneo de Drummond. “Nós temos muitas coisas nessa cidade.Temos a mineração que está exaurindo, mas temos a terra de Drummond como um legado para sempre. Valorizar isso é dar conhecimento à comunidade para fazer uma grande diferença na cidade de Itabira, em termos culturais, turísticos e de economia criativa”, discursou.

Como poeta e amante da poesia há oito anos, a professora de matemática Margareth Alves Duarte, participou da abertura, não só para prestigiar Wir Caetano e o poeta maior CDA, mas também para declamar um dos seus poemas. “Eu falo que não tenho ligação com Drummond, mas é claro que tenho influência. Quem critica Drummond é por associar os seus poemas com a sua pessoa, para entender basta referenciar as produções ao povo, ao contexto”, explica. Secretária da  Associação de Amigos do Memorial, Margareth afirma que sempre anda com um bloquinho e uma caneta, pois, “como um sopro”, a inspiração vem e ela precisa colocar para fora.

 

A coordenadora do Memorial, Solange Duarte, lembrou que Wir Caetano colaborou com jornal O Cometa Itabirano e foi o seu colega de trabalho no veículo. “Wir foi para Belo Horizonte e mesmo assim continuou fazendo parte da fundação. E quando a gente ficou sabendo que ele ia lançar um livro diferente, feito à mão, claro que a gente pediu para que fosse aqui no Memorial”, comentou Solange.

A associação

A Associação de Amigos do Memorial, organizadora do evento, foi fundada em 1996 e permaneceu ativa durante um ano e meio. Em 2018, 22 anos depois, a associação retomou às atividades com novos e antigos membros. O grupo se reúne na terceira segunda-feira de cada mês, na biblioteca da cidade, para estudar a obra de Drummond e fazer intercâmbio com outros lugares sobre o poeta.