Recém-inaugurado, Museu da Pharmacia pede ajuda para manter atividades em Ipoema
Há cerca de três meses, o empresário Tomás Silveira colocou em prática um desejo que há pelo menos três gerações era cultivado em sua família. Neto e filho de farmacêutico, ele, que seguiu os passos do avô e do pai, inaugurou no distrito de Ipoema o Museu da Pharmacia José Gomes da Silveira. O local […]
Há cerca de três meses, o empresário Tomás Silveira colocou em prática um desejo que há pelo menos três gerações era cultivado em sua família. Neto e filho de farmacêutico, ele, que seguiu os passos do avô e do pai, inaugurou no distrito de Ipoema o Museu da Pharmacia José Gomes da Silveira. O local abriga todo o acervo conservado no clã Silveira e tem atraído muitos visitantes no distrito de Itabira.
O sonho, no entanto, tem custos. Totalmente particular e sem nenhuma outra fonte de recurso que não seja o próprio bolso do farmacêutico Tomás, o Museu busca ajuda da comunidade para permanecer em pleno funcionamento em Ipoema. Os custos mensais de custeio, segundo o empresário, giram em torno de R$ 5 mil, o que inclui aluguel do imóvel, contas de água, luz e internet, e o salário de uma funcionária.
Tomás usou a tribuna da Câmara de Vereadores durante a reunião desta terça-feira, 12 de março. A convite de Weverton Vetão (PSB), falou sobre o projeto e pediu ajuda para a “sobrevivência do Museu”.
“É um projeto muito antigo, que nem era meu. Era um projeto do meu pai, já falecido. Ele preservou o acervo que pertencia ao pai dele. Infelizmente, meu pai não teve tempo em vida para fazer essa vontade do meu avô. Eu fiquei com esse acervo nos últimos anos por ter sido na família o único que seguiu os passos dele na área de farmácia”, conta Tomás, que há 30 anos mantém farmácia no distrito de Itabira. “Nestes anos todos eu fiquei com isso na cabeça, de fazer alguma coisa para não deixar esse acervo se perder na história. E agora, enfim, apareceu um espaço bem legal, em frente ao Museu do Tropeiro. Era um prédio que precisava de uma reforma e nós fizemos. Agora instalamos lá o Museu da Pharmacia”, completa.
Tomás afirma que o Museu possui milhares de itens no que se refere a vidrarias de farmácias. O espaço também abriga livros antigos, datados dos anos 1800, redigidos em francês e outras línguas, algo bastante comum nesse ramo no passado. “Naquela época, o farmacêutico, além de ter que dominar toda arte, tinha que saber outras línguas por causa das receitas. Os formulários vinham em outros idiomas e muitas vezes eram prescritos assim pelos médicos”, diz.
Em três meses, o Museu da Pharmacia já atraiu mais de mil visitantes. O espaço, inclusive, já está catalogado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O farmacêutico Tomás Silveira comenta que está nos planos buscar recursos governamentais por meio de leis de incentivo, mas que de imediato necessita de colaboração da comunidade. A ideia é criar uma associação de amigos para atrair empresários e pessoas dispostas a ajudar fazer do projeto um patrimônio de Itabira.
O idealizador também disse que já teve um encontro com o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Itabira, José Don Carlos, para expor o projeto e consultar sobre possibilidade de ajuda do município. “Ele ficou de ver alguma coisa, mas ainda não tive resposta. A gente espera que a união de forças políticas possa resultar em alguma coisa para nosso museu”, finalizou.
O Museu da Pharmácia está localizado na rua Francisco Afonso, 38, bem em frente ao Museu do Tropeiro, no distrito de Ipoema. O local funciona de terça a sábado, de 9h às 124 e de 14h às 18h, e aos domingos, de 9h às 12h. Nas segundas-feiras não há atendimento previsto, mas em caso da necessidade de turistas, o farmacêutico, que trabalha ao lado, abre exceção. Não há cobrança de taxa de visitação.