Homem usava de falsa identidade policial e abusava de enteada em Betim
Homem foi denunciado por estupro de vulnerável, mas ao longo das investigações os policias descobriram outros crimes

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou prisão preventiva de um homem, de 42 anos, investigado por estupro de vulnerável. Ele foi detido na última sexta-feira (22) em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima, de 12 anos, era enteada do suspeito e sofria abusos desde os 8 anos de idade.
O trabalho investigativo contou com alguns desdobramentos e a Polícia Civil também cumpriu mandados de busca e apreensão domiciliar contra o suspeito. Foram encontradas vestimentas e brasões da Polícia Civil, arma de fogo, carteiras de outras profissões e R$5 mil em dinheiro e drogas. O homem também foi preso em flagrante por tráfico de entorpecentes.
Abuso de vulnerável
A investigação foi conduzida pela equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e apurou que inicialmente o suspeito praticava diversos atos libidinosos contra a vítima.
Quando a criança completou 10 anos, o homem teria mantido relações sexuais com ela. A adolescente revelou que o homem fazia ameaças de agressão, mas também a enganava ao oferecer presente e dinheiro.
Após a denúncia, a vítima foi submetida a procedimento pericial e recebeu atendimento médico. Desde então, ela também faz acompanhamento psicológico em razão das dificuldades de dormir e comer por medo do homem.
Policial falso
A mãe da vítima, ex-companheira do suspeito, confessou não ter conhecimento dos abusos, porque ocorriam enquanto ela trabalhava. Segundo a delegada Ariadne Elloise Coelho, titular da Deam em Betim e responsável pelo inquérito policial, a mãe da adolescente disse aos policiais que o investigado se identificou, durante todo o relacionamento, como policial civil.
“Ela informou que o suspeito tinha vestimenta, usava arma na cintura e portava distintivo, além de falar que atuava como advogado, instrutor de autoescola e vigilante. Assim que denunciou sobre o abuso sexual contra a filha, a ex-companheira começou a ter muito medo porque ele passou a procurá-la, inclusive no serviço, enviando mensagem e ligando para conversar sobre a situação”, relata a delegada ao completar que, durante os levantamentos policiais, a equipe identificou diversas imagens do investigado ostentando arma de fogo e utilizando o uniforme da Polícia Civil.
Diante de todos os elementos reunidos na investigação, a delegada revela como foi possível efetuar a prisão do investigado. “Considerando que o suspeito não é policial e não tem o porte ou a posse de arma de fogo, e ao que tudo indica utilizou-se indevidamente da ‘profissão’, sobretudo como manobra de poder e obtenção de vantagem, e diante da insistência em fazer contato com a mãe da vítima, representou-se pela prisão preventiva e busca e apreensão de armas e outros objetos”, detalha.
Com o mandado cumprido, o suspeito foi encaminhado ao sistema prisional. O material apreendido será analisado e as investigações prosseguem para completa apuração dos fatos.