“Hulk” critica Cúpula da Amazônia e se diz desapontado com o presidente Lula

O ator norte-americano Mark Ruffalo, mais conhecido por suas interpretações no cinema dos filmes de “O Incrível Hulk”, teceu críticas, na última quinta-feira (10), ao presidente Lula, dizendo-se decepcionado com o  encontro da Cúpula da Amazônia realizada na semana passada em Belém (PA). O desabafo foi feito em uma publicação no X (Twitter), na qual escreveu que o presidente brasileiro é um dos seus heróis, mas que “estava de coração partido” pela falta de concretude dos objetivos estabelecidos pelos oito países amazônicos que participaram da Cúpula na região norte do país. “A emergência para proteger a Amazônia é uma emergência climática, e nós não temos tempo a perder”, escreveu.

Ruffalo usou como exemplo de sucesso as ações do presidente colombiano, Gustavo Petro. “A Colômbia, sob comando de Petro, é a primeira nação amazônica a seguir o que a ciência recomenda- a meta de proteger até 80% da floresta até 2025, e um pedido para interromper a extração de petróleo na Amazônia”, disse.

A Declaração de Belém, criticada pelo ator, é um protocolo de metas assinado pelos oito países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OCTA),da qual fazem parte, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O documento não tem por meta o desmatamento zero e nem listou o fim da exploração do petróleo na região como horizonte, o que gerou críticas de especialistas e ambientalistas pela falta de ambição das propostas em frear o desmatamento e a exploração dos recursos naturais da região.

Em resposta a Ruffalo, Lula postou em sua rede social que “proteger a floresta é realmente um desafio imenso e que a Cúpula foi mais um passo em uma trajetória para transformar a região com um modelo que combina desenvolvimento sustentável e preservação ambiental”.

Na oportunidade, Lula criticou a política ambiental do ex-presidente Jair Bolsonaro e apresentou algumas de suas realizações na região Amazônica em oito meses de mandato, como a redução do desmatamento da floresta em 33% durante os primeiros seis meses do ano em curso.

“A vitória nas eleições de 2022 foi fundamental para acabar com a anarquia e promoção de crimes ambientais na região pelo governo anterior. O povo brasileiro se manifestou de forma soberana pelo fim da destruição da Amazônia”. Lula convidou Ruffalo a vir ao Brasil e visitar a Amazônia e cobrou as promessas de países ricos para o enfrentamento das mudanças climáticas.