Itabira: falta de plano para fechamento de minas pauta discussões na Câmara de Vereadores

A princípio, a exaustão mineral no município está prevista para acontecer em 2041, conforme dados da própria mineradora Vale

Itabira: falta de plano para fechamento de minas pauta discussões na Câmara de Vereadores
Foto: Assessoria de Comunicação – FIP/ATI – Itabira
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Na terça-feira (3) aconteceu a antepenúltima reunião desta legislatura na Câmara Municipal de Itabira — que a partir de 2025 contará com um quadro renovado de parlamentares. Em um rápido encontro, que durou cerca de 30 minutos, o tema central de debate entre os vereadores foi a falta de planejamento para o fechamento das minas da empresa Vale. A princípio, a exaustão mineral no município está prevista para acontecer em 2041, conforme dados da própria companhia, mas, conforme apontaram os legisladores, pouco foi feito para buscar a diversificação da economia local.

O presidente do Legislativo foi quem iniciou as discussões. Heraldo Noronha Rodrigues (Republicanos) criticou a visita de Gustavo Pimenta, presidente da Vale, à Itabira, realizada em 26 de novembro, mas sem anúncios relevantes para o desenvolvimento ou diversificação econômica do município. “Essa visita se deu sem trazer algo que tem grande importância para a nossa cidade. Eu falo que, assim, às vezes a Vale não dá importância à nossa Itabira. O presidente da Vale veio à cidade onde nasceu a empresa, essa potência, e não trouxe algo de importância, nada de importante para a nossa cidade”, afirmou.

“Sempre que eles vêm [à cidade], só falam de fechamento de mina e mais nada. Queria pedir às pessoas que estão à frente da Vale, até mesmo o nosso sindicalista [André Viana Madeira, presidente do Sindicato Metabase], como membro [do conselho] da Vale hoje, para falar da nossa cidade um pouco mais e pedir que a Vale dê mais importância à nossa cidade, que traga para a nossa cidade uma empresa ou que incentive empresas para vir para a nossa cidade ou que faça também um aporte para a criação do novo distrito industrial em nossa cidade. Porque você vê que ela [Vale], infelizmente, não ajuda em um preparo para uma pós mineração em Itabira”, completou Heraldo Noronha.

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Heraldo Noronha na cadeira de presidente do Legislativo – Foto: Reprodução/YouTube

Já Bernardo de Souza Rosa (PSB), vereador que recorrentemente uma definição para o pós-mineração no município, criticou duramente a falta de planejamento para o fechamento das minas de Itabira. “É um absurdo quando a gente trata de fechamento de mina, como cidade que vive basicamente da economia da mineração, e a gente não tem nenhum plano de fechamento de mina”, declarou.

“Se a gente quer diversificação econômica, todas as pessoas que investem, elas querem ter um planejamento, se vão investir, vão ter retorno do investimento dela. Quando a gente não planeja, como é que a gente vai agregar valor? Alguém vai investir na cidade, vai acabar a mina, mas eu não tenho planejamento pós mineração. Então, tenho certeza que a gente tem que ser mais enfático nisso, ter um diálogo muito mais franco, muito mais aberto com a diretoria da Vale, para que a gente possa começar a nos preparar para um futuro próximo, e tentarmos nessa caminhada buscar outras alternativas econômicas e financeiras para a nossa cidade”, concluiu.

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Bernardo Rosa – Foto: Gustavo Linhares/DeFato