Itabira: médico nega atendimento a criança e é detido por omissão

Hospital Nossa Senhora das Dores iniciou uma apuração dos fatos e a prefeitura pediu afastamento do profissional de saúde

Itabira: médico nega atendimento a criança e é detido por omissão
Foto: Divulgação / Prefeitura de Itabira
O conteúdo continua após o anúncio


Na madrugada do último sábado (23), um médico do Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI) recebeu voz de prisão após se negar a atender uma criança de apenas um ano de idade. Os pais do menino chamaram a polícia e, mesmo diante dos militares, o médico confirmou a omissão.

Segundo relatos dos pais da criança, eles chegaram ao pronto-socorro, em busca de atendimento médico para a criança, por volta das 3h da manhã. Ele apresentava ferimentos na boca e chorava muito. Após cerca de uma hora de espera, o pai da criança foi até o consultório médico pedir pelo atendimento do filho.

O profissional da saúde teria dito que ainda tinha tempo para realizar o atendimento. O pai, então, iniciou uma discussão com o médico que afirmou que não iria mais receber a criança no consultório. Ainda assim, a família permaneceu no local.

Pouco tempo depois, o menino foi chamado para consulta. Ainda assim, houve a recusa de atendimento. Com a negativa, os pais chamaram a polícia. Aos militares, o médico confirmou a omissão e explicou que se sentiu ameaçado pelo pai.

Imediatamente, os policiais deram voz de prisão para o médico. O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi feito no posto da Polícia Militar, no bairro Praia, e o médico foi liberado em seguida.

O que diz o hospital

Ainda no sábado (23), o Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), onde fica localizado o Pronto-Socorro Municipal, emitiu uma nota oficial sobre o caso.

“O Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), que administra a unidade de saúde, ressalta que acompanha a situação para tomar as medidas cabíveis. Desde o registro do fato, ainda na madrugada, representantes do HNSD e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atuaram para tranquilizar a família reclamante e garantir o atendimento da criança levada ao Pronto-Socorro. O HNSD seguirá acompanhando o desenrolar dos fatos, com rigorosa apuração junto aos envolvidos, para adotar as ações necessárias”, diz a nota.

O que diz a prefeitura

Já a Prefeitura de Itabira, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), se pronunciou no domingo (24). Por meio de matéria publicada em seu site institucional, a prefeitura informou que um pedido de afastamento preventivo do médico foi solicitado junto ao HNSD. Vale ressaltar que o pronto-socorro, apesar de administrado pelo hospital, é uma unidade de saúde pertencente ao município.

Leia a nota na íntegra.

“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) solicitou ao Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) que afaste, preventivamente, o médico acusado de omissão de atendimento no Pronto-Socorro Municipal. O pedido foi feito neste domingo (24) à instituição que administra o PS. A acusação foi registrada na madrugada do sábado (23), quando o solicitante acionou a Polícia Militar, alegando que houve omissão de atendimento ao filho de um ano. O médico chegou a ser encaminhado a um posto policial, onde disse que foi intimidado pelo pai da criança, o que a família nega. Em comunicado neste sábado, o HNSD, enquanto administrador do Pronto-Socorro, informou que instaurou rigorosa apuração sobre o caso. Ao mesmo tempo, também vão caminhar os protocolos formais da Polícia Militar. Tendo em vista esses dois procedimentos, a Secretaria Municipal de Saúde avalia ser prudente o imediato afastamento enquanto durarem as investigações. O próprio profissional já foi comunicado da decisão. A Secretaria Municipal de Saúde reafirma seu compromisso de construir em Itabira uma saúde pública assertiva e resolutiva, em todas suas camadas, mas, especialmente, no atendimento primário e de urgência e emergência. Isso inclui, obviamente, melhorias nos protocolos de atendimento e frequente qualificação de todos os profissionais envolvidos. A Secretaria também reitera sua consideração com todos os profissionais da saúde e deseja que os mesmos trabalhem em um ambiente de respeito mútuo com todos os usuários do sistema”.