Itabira: médico preso pela Polícia Civil é suspeito de praticar crimes sexuais contra seis mulheres

Dentre as vítimas estavam pacientes e funcionárias do hospital em que ele exercia sua atividade

Itabira: médico preso pela Polícia Civil é suspeito de praticar crimes sexuais contra seis mulheres
Foto: Divulgação/PCMG
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Na manhã desta terça-feira (4), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), através da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), efetuou a prisão preventiva do médico Danilo Costa, de 46 anos, suspeito de praticar crimes contra a dignidade sexual de seis mulheres, com idades entre 35 e 52 anos, em Itabira. Dentre as vítimas estavam pacientes e funcionárias do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), instituição em que ele exercia sua atividade.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que “tomou conhecimento dos fatos após uma paciente do suspeito ter denunciado ter sido violentada durante um atendimento para o tratamento de um câncer. Segundo o informado, o abuso ocorreu em um hospital no qual o suspeito trabalhava. Iniciadas as investigações, novas vítimas relataram abusos sexuais semelhantes praticados pelo suspeito”.

Ainda conforme a corporação, “tendo em vista o conjunto probatório, a autoridade policial representou pela suspensão do passaporte do suspeito, bem como por mandado de busca e apreensão em sua residência. Já o Ministério Público requereu a prisão do investigado”.

“Em razão da gravidade dos fatos, bem como da extrema vulnerabilidade das vítimas, o Poder Judiciário deferiu todos os pedidos, decretando a prisão preventiva do suspeito”, destacou a nota da Polícia Civil.

De acordo com o delegado responsável pela condução do inquérito policial, Dr. João Martins Teixeira, “as denúncia realizadas serão apuradas com o maior rigor, e a Polícia Civil incentiva a população a relatar qualquer situação de abuso, garantindo total confidencialidade”.

Após a execução dos trâmites necessários, o médico foi encaminhado ao sistema penitenciário local, onde ficará à disposição da Justiça.

Investigação começa após denúncia de paciente oncológica

O caso veio à tona após uma paciente oncológica do HNSD, residente em João Monlevade, procurar a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) no dia 24 de janeiro para denunciar o possível estupro, que teria acontecido durante um atendimento em ambulatório.

À época em que aconteceu os fatos, a Polícia Militar chegou a confirmar que um boletim de ocorrência de estupro foi registrado no dia 24 de janeiro, em Itabira. Porém, não confirmou de que se tratava do caso envolvendo o médico e informou que a ocorrência havia sido repassada à Polícia Civil para investigação.

“No dia 24/01/2025, a Polícia Militar foi acionada para o registro de uma ocorrência de estupro na cidade de Itabira. O autor do crime não foi localizado. Foi realizado o registro da ocorrência, que foi encaminhada ao delegado de Polícia Civil para investigação e apuração dos fatos. Informamos que não é possível divulgar mais detalhes, uma vez que não temos autorização para divulgação de ocorrências dessa natureza, bem com para garantir a preservação das vítimas”, indicava a nota da PMMG è época.

Após o início das investigações pela Polícia Civil, outras denúncias foram realizadas por possíveis vítimas do médico.

Médico é afastado pelo HNSD

No dia 27 de janeiro, após a ocorrência vir a público, o HNSD emitiu uma nota oficial para “manifestar repúdio quanto ao fato”No mesmo posicionamento, a instituição destacou seu “compromisso com a ética, a saúde e o cuidado com as pessoas”.

A instituição médica também informou que o “prestador médico, supostamente envolvido no caso, foi imediatamente afastado de suas funções até que as investigações sejam concluídas”, e destacou que está “à disposição e vai cooperar integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações necessárias para a apuração dos fatos”.

Confira na íntegra a nota emitida pelo hospital:

O Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) vem a público manifestar repúdio quanto ao fato denunciado em reportagem publicada na imprensa, hoje, 27 de janeiro, envolvendo um profissional da instituição e tornar público e transparente o seu posicionamento, reforçando seu compromisso com a ética, a saúde e o cuidado com as pessoas.

De acordo com a matéria, no dia 25 de janeiro de 2025*, uma paciente oncológica registrou um Boletim de Ocorrência, alegando ter sido vítima de estupro, durante atendimento no ambulatório do hospital.

Diante da gravidade da acusação, o HNSD, em respeito à população, a suas pacientes oncológicas, aos seus colaboradores e demais pacientes, esclarece que já foram tomadas as seguintes atitudes até que sejam averiguados os fatos:

  1. Afastamento do profissional: o prestador médico, supostamente envolvido no caso, foi imediatamente afastado de suas funções até que as investigações sejam concluídas.
  2. Colaboração com as autoridades: o HNSD está à disposição e vai cooperar integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações necessárias para a apuração dos fatos.
  3. Apoio às pacientes oncológicas: nenhuma paciente terá seu atendimento prejudicado.
  4. Processo administrativo: medidas jurídicas estão em andamento para a abertura de um processo administrativo com o objetivo de alcançar a resolução do caso e garantir a notificação dos respectivos Conselhos.

Apesar do HNSD não ter sido procurado, ainda, pelas autoridades para esclarecimento e, tampouco, ter tido acesso ao Boletim de Ocorrência (até o momento de produção desta nota), a instituição determinou a SUSPENSÃO IMEDIATA dos atendimentos, consultas e cirurgias do referido profissional.

Importante ressaltar, também, que o hospital já está contratando um outro prestador médico para assumir os atendimentos, garantindo a assistência às pacientes que precisam ter seus tratamentos preservados. Em breve, o hospital irá informar em seus canais de comunicação, site, redes sociais e imprensa sobre o retorno das atividades.

O HNSD reitera seu compromisso com a ética, o respeito e a segurança de suas pacientes. A instituição deixa claro desta forma que não tolera qualquer conduta inadequada dos seus profissionais e assegura que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para a completa elucidação do ocorrido. O hospital não compactua com atitudes de qualquer natureza que possam causar dano aos seus pacientes. 

Estamos à disposição para esclarecimentos adicionais e manteremos a transparência durante todo o processo investigativo.

* Embora o HNSD aponte em sua nota que o boletim de ocorrência foi registrado no dia 25 de janeiro, a Polícia Militar indica que o documento foi lavrado um dia antes, em 24 de janeiro.